Autor: Alexandre Prado
Frustração é um sentimento, uma emoção que ocorre quando algo que era esperado não ocorreu. Ela só ocorre quando existem expectativas. E quando falamos disso no ambiente profissional? O que pode causá-la? Como evitar?
No mundo corporativo em que vivemos – ágil, globalizado e competitivo – as expectativas são sempre muito altas em relação aos resultados a serem alcançados. Há pressão dos chefes sobre seus subordinados, dos clientes sobre os fornecedores, dos acionistas sobre a diretoria e, ainda, suas próprias pressões internas, onde um indivíduo cobra dele mesmo. A constante é sempre de expectativas de todos os lados e cada vez maiores, buscando melhores resultados, maior eficiência, produtividade e retorno. Lembremos, ainda, que há expectativas decorrentes de gerações distintas e que coabitam o mesmo mundo corporativo. Cada uma delas possui perfis diferentes, características próprias e expectativas peculiares.
Motivos para frustrar-se há muitos. Mas, o que pode fazer o chefe, o líder ou o empresário para tentar mitigar os efeitos de suas expetativas em suas equipes? Abordarei algumas possibilidades:
Perfeccionismo – é a rota mais certeira para o fracasso. Expectativa irreal é o caminho mais garantido para a depressão. Sabe aquela frase que diz que “o ótimo é inimigo do bom”? Então, seja um indivíduo buscar ser perfeito, seja o empresário esperar um rendimento de 110% de seus colaboradores, em ambos os casos, nada realistas, poderá gerar frustração e desmotivação, devido a expectativas irreais.
Tarefas e metas irreais – estabelecer parâmetros fora da realidade, muito acima de padrões normais de realização, quase que impossibilitando de serem atingidos, seguramente que terá consequências desastrosas na motivação dos colaboradores. Determinar metas desafiadores, mas dentro de padrões aceitáveis, pode ser uma maneira salutar de manter a equipe se desenvolvendo. Estabelecer metas claras e realistas é um bom começo!
Cobrar, cobrar, cobrar – esta é uma abordagem chave para o sucesso. O líder deve saber lidar com os colaboradores, mantendo-se ciente do andamento das tarefas, monitorando os resultados parciais, mas colocando-se à disposição para auxiliar caso necessário. Ficam no cangote do colaborador todo o tempo, somente cobrando, cobrando e cobrando, pode gerar um efeito desmotivador no colaborador, tornando-o, ao invés de um aliado, um adversário.
Resiliência – palavra comum nos últimos anos. Ninguém é perfeito e todos são passíveis de errar e de lidar com alguma adversidade. A mágica está na capacidade de reagir na medida em que fracassar, que uma meta não for atingida, que um indicador de performance não for alcançado ou que um orçamento não for cumprido. Reagir positivamente ao fracasso pode contribuir para que a moral dos colaboradores se mantenha elevado, impelindo-os a continuar e perseverar. Como diz a música “levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”.
Reconhecimento – por vezes, pequenas vitórias se convertem em grandes conquistas. Reconhecer aquele colaborador que fez algo bacana, ainda que de pequena materialidade, mantém a chama acesa, dele e de todos os outros. Estar ao lado da equipe nas conquistas e das vicissitudes, aproxima a todos, gerando um sentimento de pertencimento. Reconhecer que alguém por sua dedicação, mesmo que o resultado final não tenha sido o esperado, pode significar a fidelidade necessária para o sucesso em momento futuro seguinte.
Comunicação respeitosa – é o aspecto mais relevante de todos, porque permeia a todos. Uma comunicação clara, objetiva e respeitosa é fundamental para que o relacionamento entre pessoas, em qualquer nível hierárquico que estejam, seja eficaz. É a pedra fundamental sobre a qual será erguida uma relação de confiança, transparência e objetividade. Respeitar as diferenças faz-se necessário para evitar expectativas irreais e frustrações desnecessárias.
Alexandre Prado é coach, consultor, especialista em finanças, escritor, articulista, professor e presidente da Núcleo Expansão.