Autor: Paulo Kretly
A inteligência emocional é fundamental porque aumenta a capacidade do indivíduo não apenas de administrar as próprias emoções e utilizá-las a seu favor, mas também de entender o que se passa com quem está ao seu redor. Quem desenvolve inteligência emocional é capaz de pensar, sentir e agir de maneira sensata e totalmente consciente, não permitindo que seus sentimentos tomem o controle da sua vida. O problema, no entanto, é que são raras as pessoas que realmente podem ser consideradas emocionalmente inteligentes.
Por mais competente que seja o profissional, se ele não souber agir com inteligência emocional dentro da equipe ou grupo de trabalho, essa inabilidade pode levá-lo ao fracasso. Ao conciliarmos o lado emocional com o racional, neutralizamos as emoções negativas e potencializamos as positivas. Isso permite aos emocionalmente inteligentes evitar as ações e os pensamentos destrutivos e fortalecer os comportamentos que possam gerar os resultados desejados.
Para construir relações saudáveis, tomar decisões conscientes e não se arrepender de atitudes impulsivas, é preciso entender os pilares de sustentação da inteligência emocional e aplicá-los no dia a dia. Esses pilares são: autoconhecimento, controle das emoções, empatia, automotivação e relacionamento interpessoal.
Tudo começa pelo autoconhecimento, que nada mais é do que conhecer a sua reação emocional em resposta aos mais diversos estímulos e diferentes situações. Essa é a chave que abre as portas da inteligência emocional. Contudo, é preciso estar ciente de que o tempo para adquiri-la varia de uma pessoa para outra e não há como apressar esse processo.
Para controlar as emoções e saber lidar com elas nos momentos de estresse, uma das recomendações é não pensar em resultados negativos, pelo menos de imediato. O alicerce é o otimismo. Procure enxergar somente o lado positivo, mesmo que haja pontos desfavoráveis, e não se esqueça de que há uma solução para tudo. Quando sob pressão, a atitude mais importante é tentar manter a calma. Distrações que envolvam atividades prazerosas e que canalizem a ansiedade são de grande auxílio.
A empatia também está entre os pilares da inteligência emocional. Pessoas empáticas são aquelas que sabem se colocar no lugar dos outros, reconhecendo os sentimentos e as emoções dos demais e entendendo o porquê de seus comportamentos.
De maneira geral, pensar e refletir antes de tomar uma decisão pode trazer uma série de benefícios. Entre eles, está a prevenção de conflitos por conta de um ato mal pensado. Ninguém gosta de se arrepender de algo que fez, principalmente quando envolve algum tipo de ofensa ou agressão a um de seus pares. Ao controlar as emoções e utilizá-las adequadamente, você chegará aos seus objetivos. E é exatamente nesse aspecto que a automotivação entra em cena, pois, tratando-se da inteligência emocional, esse é o pilar que recorda o indivíduo em relação à conscientização dos seus atos.
O último dos pilares é o relacionamento interpessoal. Aqui, a inteligência emocional significa ter boas relações e saber como guiar as emoções dos outros. Em teoria, isso criará ao seu redor um ambiente positivo, capaz de contagiar as demais pessoas.
Mas qual a importância da inteligência emocional para os profissionais de uma empresa? Pessoas que são emocionalmente inteligentes tendem a ser mais bem-sucedidas em suas vidas, tanto no âmbito pessoal como no profissional. Compreender e saber lidar com as emoções e os sentimentos é algo essencial por inúmeros motivos.
Como inteligência emocional é um atributo que não pode ser ensinado, apenas adquirido por conta própria, oriente seus colaboradores sobre os pilares de sustentação, fale sobre a importância de conhecer as próprias emoções. Diga a eles para escreverem, em um papel, os sentimentos e comportamentos relacionados a um determinado estímulo, refletindo sobre isso sempre que possível. Entenda que empresas vencedoras são aquelas em que as emoções não estão no controle!
Paulo Kretly é presidente da FranklinCovey Brasil.