Os chefes no Brasil são vistos como bipolares, autoritários, enroladores e inseguros. É o que aponta levantamento realizado pela Vagas Tecnologia, empresa especializada em consultoria e informatização da gestão de processos seletivos. De acordo com o recente estudo, os subordinados indicam que 60% dos líderes possuem alguma dessas características. Os outros 40% dos chefes foram qualificados como amigos, visionários, detalhistas e paz e amor.
“Os resultados servem como um sinal de alerta para os chefes de uma maneira geral. A maioria dos subordinados desses líderes traçou um perfil negativo de seu chefe. Isso mostra que há uma insatisfação generalizada dos funcionários com seus gestores e que o líder precisa urgentemente reavaliar seus conceitos, seu modelo de gestão e seu ritmo de trabalho”, explica Fabíola Lago, coordenadora do estudo na Vagas Tecnologia. O levantamento foi realizado em julho deste ano por meio de uma enquete disponível nas redes sociais e no portal de carreira vagas.com.br. No total, 10670 pessoas participaram.
O levantamento procurou identificar, entre os oito perfis de chefes propostos na enquete, qual predominava isoladamente a partir das respostas dos funcionários. O bipolar liderou com 30% de identificação. O amigo foi classificado por 13% dos respondentes. Já o visionário/ousado foi qualificado por 12% dos participantes. A figura do agressivo/autoritário é realidade para 12%. O enrolador aparece com 11% das menções. No caso do detalhista/perfeccionista, 9% enquadraram seus líderes nesse perfil. O inseguro foi apontado por 7% dos respondentes e 6% disseram que têm chefe paz e amor.
Outra questão avaliada nesse estudo é se o funcionário gosta ou não do chefe. Os que não gostam são 29%. Os que não sabem se gostam totalizam 18%. Aqueles que gostam somam 39% e os que gostam muito representam 18%. Ao analisar a popularidade por cargo, ficou constatado que a rejeição aos líderes é maior nos postos mais elevados. Os chefes de alta gestão não são queridos por 29% de seus comandados. Os gerentes não são bem quistos por 31% de seus subordinados. No caso dos coordenadores e supervisores, os funcionários que não gostam desses líderes somam 27%. Os chefes de estagiários, assistentes, auxiliares, técnicos, atendentes e operacionais não são queridos por 31%. A menor rejeição ficou por conta dos chefes de analistas e trainees, registrada em 20%.
O comportamento do chefe durante uma reunião foi outro ponto questionado aos funcionários. Para 35%, seu líder é objetivo/pragmático nessas ocasiões de trabalho. Ser conciliador é a característica principal do chefe para 22% nesses encontros. Outros 15% acreditam que seu gestor não tem foco nas reuniões. A agressividade é marca registrada do líder para 13% nessas ocasiões. Um grupo de 9% acha que seu chefe é inseguro em reuniões e 6% aponta que a desorganização é o fator preponderante de seus líderes nos encontros.
A chegada do chefe ao escritório é outro aspecto curioso apontado no levantamento. Questionados como fica o clima quando seu líder chega ao trabalho, 37% afirmaram que o tempo fecha; 32% associaram a um campo de batalha; outros 17% disseram que é só alegria e 14% revelaram que é o paraíso. “Mais da metade associa o impacto da chegada do chefe a uma tragédia ou algo parecido. É um indicador de clima fundamental e que deve ser avaliado com cuidado pelas empresas e por chefes que não têm proximidade ou afinidade com sua equipe”, conclui a coordenadora.
O levantamento revelou ainda:
– Para 91% dos respondentes, é possível realizar as atividades sem a figura ou presença do chefe;
– Há 53% de participantes que gostariam de ter um chefe;
– 70% afirmaram que seu chefe merece respeito;
– 45% disseram que seu gestor cobra metas impossíveis;
– 41% acreditam que o chefe tem medo de perder o cargo para seu funcionário ou pessoa próxima;
– 36% estão dispostos a pedir demissão por causa do chefe.