Líderes que não aprendem são perigosos

Autor: Sílvio Celestino
O principal papel de um líder é formar outros líderes. Entretanto, existem pessoas que não podem ser desenvolvidas e, se promovidas a cargos de liderança, são perigosas.
Quando uma empresa precisa desenvolver um funcionário para que assuma cargos gerenciais, deve certificar-se de que não possua uma das características abaixo. Porque essas particularidades indicam indivíduos difíceis de ser desenvolvidos e, portanto, incapazes de se manter atualizados.
Não ser treinável
Uma pessoa que não aceita treinamento não pode ser desenvolvida. Muitos líderes criam seu conhecimento exclusivamente por experiência. Com isso, não utilizam as melhores práticas, cometem erros evitáveis e dão resultados inconsistentes, em geral obtidos com muito dispêndio de energia, recursos e pessoas. Um indivíduo treinável abre mão de se auto-orientar e aceita métodos, procedimentos e conhecimentos oriundos da ciência, das melhores práticas de liderança e da experiência de outros líderes. Quando alguém não é treinável, sua evolução é muito lenta e, frequentemente, limitada.
Pessoas que não se responsabilizam pelo resultado de suas ações
Toda vez que alguém age, seu discernimento sobre o contexto e a contribuição de outros para o resultado são fundamentais para definir novas ações. Entretanto, o indivíduo não pode ser desenvolvido, se, quando um objetivo não é alcançado, ele aponta para tudo e para todos, mas não é capaz de se responsabilizar por sua parte. São exemplos de profissionais assim os que culpam a burocracia, outros departamentos, outras pessoas e até mesmo a má sorte pelos resultados. Mas jamais falarão sobre suas falhas e sobre quais pontos precisam aprimorar para assumir mais responsabilidades e ir mais longe em suas carreiras.
Profissionais com doenças psicológicas
O líder responsável se interessa por seres humanos. Toda vez que identifica alguém com sinais de possível doença psicológica, orienta o indivíduo para que procure ajuda especializada. Gerentes não são psicólogos, e uma pessoa com doenças como síndrome do pânico, depressão ou algum tipo de fobia não pode ser desenvolvida. Vale reforçar que uma pessoa sadia não é aquela que não está doente, mas aquela que, uma vez enferma, faz de tudo para recuperar a saúde.
Pessoas de má índole
Se você é um líder sério, competente e ético, deve tomar muito cuidado com a forma como avalia as demais pessoas. Em geral, nós vemos os outros como nós somos, não como eles são. Isso significa que é difícil para alguém honesto acreditar na desonestidade dos outros. Entretanto, é importante que saiba que não há método de desenvolvimento para profissionais de má índole. Portanto, se você identificar alguém em sua equipe que não joga pelas regras do jogo, o melhor a fazer é descartá-lo. Toda vez que uma pessoa de má índole alcança um cargo de liderança, os resultados são desastrosos.
Se quisermos melhorar as empresas, devemos fazer com que líderes bem preparados se interessem em ocupar cargos relevantes e cada vez mais elevados.
O mundo e as organizações estariam em melhores condições se formassem e dessem apoio para líderes competentes e éticos ocuparem as posições mais altas e estratégicas. Grandes resultados de curto prazo, sozinhos, não são bons indicadores para identificar os melhores líderes. O ideal é avaliar o equilíbrio e a consistência no longo prazo. Afinal, é fácil ser bem-sucedido ao cortar custos e fazer as pessoas trabalhar até o limite da exaustão. Difícil é equilibrar os resultados de curto e longo prazo, fazer frente às crises econômicas e assegurar a perenidade da empresa por muitas gerações. Somente líderes preparados sabem fazê-lo.
Vamos em frente!
Sílvio Celestino é sócio-fundador da Alliance Coaching.

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