Meta: prêmio ou castigo?


Wagner Dias

Quantos profissionais já passaram noites em claro por causa da curta, mas poderosa, palavra: meta. No mundo corporativo presidentes exigem dos diretores que exigem dos chefes que exigem dos gerentes que exigem dos supervisores que exigem dos vendedores e, nessa cadeia, todos estão pensando (ou deveriam estar) em uma única e exclusiva questão: bater a meta.

Quando o mês termina só existem duas possibilidades: ter cumprido ou não a meta estabelecida. Aos que cumpriram o mês seguinte chega com a certeza de que outra meta deve ser batida, pois é preciso manter um trabalho constante e, se possível, progressivo. Para aqueles que não alcançaram o objetivo o mês seguinte começa com a certeza de que a meta precisa ser batida, pois é inadmissível não bater a meta por dois meses consecutivos.

No dicionário, uma das definições de meta é: resultado sucessivo a obter na programação de um trabalho. Aí está o problema! A grande maioria das pessoas associa meta ao trabalho e trabalho imposto por alguém, enquanto que o mais apropriado seria que as pessoas tivessem uma meta de vida, dividida em curto, médio e longo prazo e fazer da empresa o veículo que a conduzirá para bater sua meta (de vida!). Ou seja, vincular diretamente a meta recebida pela empresa à sua meta. Exemplo: se uma pessoa vende assinatura de revistas, ganha cinqüenta reais por cada uma e tem o objetivo pessoal de comprar um carro de dez mil reais é preciso entender que para ter seu sonho realizado é necessário vender duzentas assinaturas. Simples assim!

É um erro pensar em meta como um castigo. É importante entender que meta é o alvo, o objetivo a ser alcançado e, para isso, é necessário seguir alguns passos:

1º – Ação: Muitos profissionais da área comercial confundem movimento com ação. Saem de casa, visitam clientes, fazem relatórios e no final do dia não têm uma venda efetuada. Isso não é ação, isso é movimento. O que diferencia ação de movimento é resultado. Todo profissional deve viver pensando em resultado.

2º – Decisão: O que um profissional da área comercial precisa entender é que sua decisão de cumprir a meta independe dos fatores externos. É importante que não se deixe levar por boatos, queixas, reclamações ou lamúrias e entender que uma vez tomada a decisão ela tem que estar acompanhada da ação, pois decisão sem ação é enrolação.

3º – Persistência: Como uma criança que quando quer algo faz o que for necessário para conseguir, assim deve ser um profissional ao alcance de resultados. Já estabeleceu sua meta? Então vá até o fim, pague o preço, não hesite diante dos obstáculos. O que você não pode permitir é intimidação diante de um não do cliente, se abater por causa de uma reclamação ou se apavorar por causa de uma ação do concorrente. O bom profissional é aquele que se supera a cada dia, cresce nos momentos de dificuldade e só comemora quando sabe que teve persistência suficiente para bater sua meta.

4º – Foco: É impossível ter foco em duas coisas ao mesmo tempo e sem ele pouco provável que alguém atinja uma meta. Outro detalhe importante é que o foco não deve ser no produto e sim no cliente, ou seja, é imprescindível descobrir de que forma o seu produto pode satisfazer as necessidades do seu cliente. Fique atento: foco é força.

Quando se fala em meta não existe “quase” ou “mais ou menos”. Da mesma forma que não existe uma mulher meio grávida não existe uma meta meio cumprida. Independentemente de qual é sua lembre-se sempre de associá-la à sua meta pessoal. Tanto no mundo dos negócios como na vida pessoal ter como garantia a possibilidade de uma segunda chance é um grande erro. Não podemos nos dar ao luxo de deixar para a próxima. Faça o que tem que fazer e viva tudo o que gostaria de viver.

Wagner Dias é palestrante e autor dos livros “Nada na vida é por acaso” e “Quem você pensa que é?”. (www.wagnerdias.com.br)

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