Sob o tema “Do Átomo ao Byte: Travessia para a Nova Era”, começou hoje (8/8) o CONARH 2000, o 26º Congresso Nacional de Administração de Recursos Humanos, uma realização da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) em parceria com a APARH (Associação Paulista de Administração de Recursos Humanos). O evento, que se estenderá até sexta-feira (11/8), acontece no Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo, juntamente com o 1º Fórum Internacional de Tecnologia para RH, sob o título “Integrando Pessoas e Tecnologias”, e a EXPO-RH 2000, feira de produtos e serviços para a gestão de pessoas, que reúne 95 expositores.
O Congresso foi aberto com a palestra magna intitulada “Fator social como construtor do significado”, ministrada por Antonio Luiz da Cunha Seabra, presidente e um dos fundadores da Natura, empresa esta com uma reconhecida história de sucesso, que hoje possui 3 mil colaboradores internos e faturou, em 1999, R$ 1,2 bilhão. A Natura Cosméticos vive um momento bastante especial no seu posicionamento de mercado, impulsionado pelo seu ingresso na Internet (com o site natura.net), por sua nova linha de produtos (na categoria de complementos nutricionais) e pelo início da internacionalização da sua marca.
Luiz Seabra recordou os primeiros passos da empresa, em 1969, e sua busca obstinada pelo aprimoramento. O que lhe garantiu, na atualidade, ocupar o segundo lugar entre as dez empresas mais admiradas do Brasil, de acordo com pesquisa da revista “Carta Capital”, editada pelo jornalista Mino Carta.
“Que coisa maravilhosa é acreditar no coração humano! As crenças são a salvação, são o que nos permitem viver acima e ultrapassando o lado ameaçador do nosso presente”, afirmou o presidente da empresa, antes de se referir à velocidade das mudanças, ao forte aspecto de transitoriedade que marca nossas vidas.
Segundo Luiz Seabra, a fórmula do sucesso da Natura concilia questões fundamentais como a vivência profunda de crenças e valores próprios, a construção de relacionamentos duradouros, a utilização de uma linguagem inovadora, o engajamento com uma ação de transformação social, o compromisso com o desenvolvimento de indivíduos, de organizações e da sociedade.
A primeira crença que influenciou a empresa derivou do filósofo pré-socrático Plotino, e considera “que o uno está no todo e o todo está no uno”. A outra crença importante mencionada pelo palestrista diz respeito à visão de encadeamento das relações, algo que merece ser bem compreendido na prática de viver em sociedade: “Não estamos em uma sociedade que nos ensinou os princípios básicos. É importante buscar a sociedade libertada, mas só a verdade é que pode libertar”, alertou, enfatizando que a vida se manifesta e expressa sua beleza através da diversidade.
Frente ao universo da chamada beleza feminina, com seus estereótipos que manipulam e distanciam a mulher do seu próprio corpo, ele apresentou a filosofia da Natura como “a busca da beleza enquanto aspiração da alma”, como “uma bandeira na luta contra os preconceitos” que são uma tragédia para o feminino do mundo (anima mundi).
“A empresa é uma dinâmica, um conjunto de relações, e deve sentir-se como um agente de transformação”, disse Luiz Seabra, reforçando a parcela de responsabilidade social que cabe a toda organização. Aliás, a parceria entre a Natura e a Fundação Abrinq já recolheu mais de R$ 6 milhões para a elevação do nível do ensino básico no País.
Alguns dos valores que norteiam a Natura são o humanismo, o equilíbrio existente na natureza, a aliança entre consciência e competência, a transparência na maneira de viver seus processos, o compartilhar da busca de respostas. Produtos como Chronos (Mulher Bonita de Verdade) e da sua linha Mamãe e Bebê (O Toque e o Vínculo), e o Natura Ekos (o ingresso da empresa na área da biodiversidade), são exemplos de como operam seus valores e crenças na prática, juntamente com o anseio de transformar esse País num lugar mais justo.
“Que vocês sejam abençoados pela vida, pela verdade. Que vocês sejam protegidos e protegidas”, foi a mensagem final de Luiz Seabra aos participantes do CONARH 2000.