Autor: Cai Igel
No próximo dia 1º de maio, comemora-se o Dia do Trabalho. A data, que é feriado nacional, é comumente esperada, principalmente, por ser um dia de folga. Mas, será que a comemoração do Dia do Trabalho não deveria ser feita no próprio ambiente profissional? Isso não acontece porque a maior parte das pessoas não está feliz no trabalho e prefere os feriados do que seus empregos. Esse cenário é preocupante porque é no trabalho que passamos a maior parte dos nossos dias e da nossa vida.
O Dia do Trabalho é, então, um feriado que, assim como outras datas, reforça preconceitos e diferenças. A busca é para que um dia todos sejam iguais, para não precisarmos de datas como essas, que não são uma homenagem, mas sim um alerta de que algo está errado. Infelizmente a maior parte das pessoas não está satisfeita e realizada no local em que trabalha, e só continua lá porque enxerga como uma necessidade e não como uma opção.
Com a realidade da transformação digital e das novas tecnologias cada vez mais presentes em nossas vidas, passamos a acreditar que um robô será capaz de realizar nosso trabalho. Agora é a hora de comemorar então, certo? Já que poderemos deixar para que as máquinas façam nossos trabalhos cansativos, repetitivos e que não nos trazem realização e felicidade e que nós humanos não fomos feitos para fazer. A inteligência artificial e os robôs serão responsáveis pelas ´tarefas chatas´, para que a gente consiga fazer o que sabemos de melhor: conviver uns com os outros, criar histórias, amar, encantar, emocionar e outras tarefas humanamente comuns.
Esse é um futuro tão próximo que já podemos começar a planejar até quando um país for governado por um robô. E, ao contrário do que se pensa, não ficaremos escravos ou prejudicados com o uso da inteligência artificial. A tecnologia será capaz de oferecer mais qualidade de vida a nós e, consequentemente, mais felicidade, inclusive no ambiente de trabalho, já que será capaz de nos ajudar na busca de um emprego. O uso de algoritmos garantirão que, ao buscarmos uma colocação profissional, as plataformas indiquem os melhores projetos, que se adequem ao nosso propósito de vida e de felicidade no ambiente de trabalho.
Nossa perspectiva e desejo é que o feriado do trabalho seja constante, com realização e vontade de trabalhar com o que gostamos. E não mais de forma mecânica. E aí voltaremos a ser o que não devíamos ter deixado de ser nunca: humanos.
Cai Igel é CEO da Alstra.