Cada vez mais forte, a aplicação da neurociência no departamento de recursos humanos das companhias pode trazer benefícios. Entre eles, a maior aderência do colaborador à empresa e o aumento de produtividade, de acordo com Carla Tieppo, professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e pesquisadora da área. Ela comenta que a motivação dos colaboradores também é realizada pela psicologia organizacional, porém a neurociência oferece ainda mais ferramentas para potencializar o desempenho nas atividades do trabalho. “Hoje em dia há uma tendência crescente de que o salário e os benefícios não são mais suficientes para reter os profissionais. Não existe função racional sem base emocional, ninguém é pura razão”, afirma.
A especialista conta que a neurociência permite que a companhia tenha as ferramentas necessárias para acessar esses indivíduos, analisando-os emocionalmente, conhecendo seu ritmo e descobrindo como treiná-los, fatores que serão extremamente importantes nos próximos anos. “As empresas vão precisar incorporar novas práticas nos seus departamentos de recursos humanos e uma das ferramentas que tem muito a acrescentar é a neurociência”, esclarece.
A professora explica ainda que a principal mudança deve ocorrer na relação entre a organização e o funcionário. “O colaborador deve perceber que a companhia está preocupada com ele e que é visto como uma pessoa que tem particularidades. Isso significa proporcionar melhores condições de trabalho, flexibilidade de horário, personalização dos benefícios, entre outras ações”, diz. Para Carla, a geração que está ingressando no mercado deseja encontrar o trabalho que a faça feliz, não pensando somente no dinheiro. “São pessoas que nasceram no mundo digital e o objetivo delas é encontrar a felicidade. Elas querem ser absorvidas pela sociedade da forma que são. Assim, a empresa tem de criar um ambiente sedutor para esses novos profissionais”, fala.