O cliente mudou. Mas nem por isso o televendas está com os dias contados. Isso porque, mesmo com os novos perfis, quando a empresa tem algo a oferecer que os interessa, os clientes continuam atendendo, segundo Fabrício Vendichetis Martins, diretor geral da Vikstar. “Ele entende que é do interesse de ambas as partes.” Por isso mesmo, o executivo acredita que atividade no Brasil ainda pode crescer muito. “Com certeza a área de televendas ainda tem muito espaço”, destaca. Nesse cenário, a expectativa é pela a entrada de novos segmentos, produtos ou serviços antes não comercializados via televendas.
Outro avanço previsto pelo diretor geral da Vikstar é o uso da tecnologia, principalmente no que diz respeito a ferramentas de controle e discagem que possam gerar uma inteligência comercial mais agressiva e que gere mais resultados e a uma filosofia de trabalho muito voltada à gestão de pessoas e qualidade. “Também é de extrema importância que os canais de televendas garantam aos clientes muita segurança e para isso a tecnologia com certeza irá inovar cada dia mais”, completa.
No entanto, Martins pontua que para o mercado de televendas evoluir é preciso que o setor tenha mais apoio governamental, uma vez que é um dos principais geradores de empregos. “Dessa forma, as empresas de call center poderão se fortalecer e, consequentemente, atrair mais mão de obra, novos negócios e vender muito mais para um público muito maior do que o atual”, comenta. Ele acrescenta ainda como desafio encontrar as pessoas certas para a operação, já que a venda por telefone já é uma tarefa desafiadora por si só. “Conseguir fazer uma pessoa confiar e comprar de você usando apenas um sentido, a audição, é tarefa para bons profissionais, os tops da operação.”
Uma oportunidade ainda não explorada, mas que também poderia contribuir para o crescimento das operações de televendas, segundo o diretor geral da Vikstar, é a segmentação da lei Não Perturbe, do Procon. Hoje, o cliente se cadastra na lista de bloqueio e não recebe ligação de nenhuma empresa. Porém, como existem pessoas que talvez pudessem gostar de certas promoções e estão na lista, Martins sugere uma segmentação por assunto para saber se a pessoa não quer mesmo receber as oportunidades. “Acredito que a maturidade chegue quando esse ponto vier à tona.”