O crescimento do VoIP no Brasil



Autor: Billy Souto Maior

 

O mercado efetivo de Voz sobre IP no Brasil é até certo ponto recente, completará 10 anos. Antes disso as várias formas de comunicação por IP eram mais restritas a algumas aplicações de callback, que inclusive ficaram muito populares pela primeira grande alçada da redução de custos para ligações internacionais, que naquela mesma época eram quase que proibitivas.

 

Assim, de forma mais objetiva, pode-se dizer que o crescimento da tecnologia VoIP está principalmente ligado com a privatização do antigo sistema Telebrás e, conseqüentemente, com a maior oferta das diversas empresas que se instalaram no Brasil nesta mesma época.

 

Em um primeiro momento a oferta foi grande e o crescimento veio basicamente pelo atacado. Empresas internacionais terminaram grandes volumes de tráfego no Brasil, por meio de PMEs que tinham estrutura nas mais variadas cidades do País, sendo uma delas a Matrix.

 

Com o avanço e popularização da Internet, bem como a melhoria tradicional da tecnologia, novas formas de serviço de VoIP começam a aparecer e, atualmente, o leque de oportunidades e novas funcionalidades não param de crescer.

 

“Dando um salto” no contexto histórico acima exposto, é possível destacar alguns dos principais tipos de serviço atualmente, como telefonia IP residencial e corporativa, cartões de chamadas telefônicas (calling cards), números virtuais nacionais e internacionais, soluções de PABX virtual, Terminação de tráfego no atacado (wholesale) nacional e internacional, soluções de atendimento virtual, soluções de voice marketing, soluções de conferência e salas virtuais, entre outros.

 

A segmentação no mercado corporativo é feita basicamente seguindo um modelo pirâmide. No topo estão as grandes corporações atendidas em suas necessidades de telefonia pelas empresas de telecomunicações tradicionais, eventualmente por empresas espelhos em planos específicos. Um pouco mais abaixo aparecem as empresas de grande porte, atendidas também pelas grandes empresas de telefonia nas soluções nacionais, entretanto, ainda abrem espaço para empresas terceiras para o atendimento em VoIP de soluções de telefonia internacional e eventualmente alguma interligação entre filiais de serviços diversos.

 

A disputa pela fatia da telefonia nacional depende muito do acordo que estas empresas possam ter com a provedora atual. Na seqüência, em duas grandes faixas, estão empresas de médio e pequeno porte, além das micros, ávidas por soluções de redução de custo e novas funcionalidades, são as principais clientes de tecnologias de Voz sobre IP atualmente.

 

Diferentemente do mercado corporativo, ainda não há uma segmentação clara neste sentido. Existe uma barreira significativa em relação à popularização dos serviços de telefonia IP como principal meio de comunicação, basicamente pela baixa qualidade da internet em várias regiões do Brasil, além dos problemas regulatórios e questões de restrições técnicas e comerciais na prestação do serviço e altos valores dos equipamentos necessários. Entretanto, esta tendência está se revertendo com a adoção de pacotes de minutos que já incluem equipamentos e um modelo para a taxa de retorno da solução a partir de um prazo definido, bem como a popularização de serviços como o Skype e mais recentemente as “correntes” de VoIP, seguindo um modelo de marketing multi-nível.

 

Considerando as condições de cenário acima, as empresas de telefonia estão inseridas no mercado, utilizando o modelo das pirâmides. No topo as grandes da telefonia (incumbents), Telefônica, Brasil Telecom, Telemar e Embratel. Logo em seguida, empresas espelhos e que tendem a atuar também no mercado de Telefonia IP, GVT, Intelig, CTBC, além de outras.

 

Seguindo o modelo, temos as maiores do VoIP nacional, àquelas que muitas vezes não têm uma quantidade expressiva de clientes no país, embora possuam grande volume de minutos e um bom faturamento proveniente de serviços em outros países, seja no atacado ou no varejo, mas que conseguem acordos que também viabilizam a venda competitiva no Brasil, além de serem caracterizadas como provedoras.

 

Logo abaixo, completando a pirâmide, estão as outras empresas de VoIP em franca expansão e fomentam o mercado, principalmente aqueles das pequenas e médias empresas, acabam por comprar das provedoras de VoIP maiores com acordos atraentes. Numa analogia, seria como um mercado de grandes atacadistas (distribuidores) e revendas (com bom poder de penetração, apesar de limitada área atuação). Além disso, ainda existem os diversos “aventureiros” e novos entrantes diários da tecnologia, motivados pelo provimento de soluções de fácil customização existentes atualmente.

 

Billy Souto Maior é diretor de negócios internacionais da Matrix Internet.

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