Autora: Claudia Santos
O cenário futuro é desafiador para as empresas, e se reestruturar já não basta para as que querem ser competitivas: é preciso haver um alinhamento na cultura organizacional com a estratégia de negócio. Mas será que as companhias sabem qual a sua estratégia? Elas têm uma? Seus líderes estão conectados com a estratégia? Sua equipe possui as habilidades, atitudes e competências para enfrentar o momento desafiador que está chegando?
Quando falamos em alinhamento entre a cultura organizacional e a estratégia, falamos sobre rever o aspecto estrutural das organizações. Ou seja, a gestão deve ser mais horizontal e com menos níveis hierárquicos. A empresa do amanhã tem que viver, de fato, o seu DNA e a sua proposta de valor. Do contrário, será mais uma nadando no oceano vermelho, e não no azul.
Uma organização que foca e revê os seus propósitos e cria conexão direta com os propósitos dos seus colaboradores faz com que a sua equipe seja engajada. Somente com metas e processos definidos, é possível traduzir a estratégia para a força de trabalho e, consequentemente, melhorar a eficiência operacional.
A empresa do futuro não terá hierarquia, mas sim heterarquia – uma estrutura informal que muda conforme a necessidade e que, para funcionar, exige que todos os colaboradores sejam importantes. Assim como o cérebro humano não é hierárquico, as diferentes áreas e capacidades são recrutadas em combinações diferentes, conforme a tarefa. Nas organizações sistêmicas e criativas, todas as pessoas têm valor e o que as rege não é o cargo, mas sim a responsabilidade enquanto liderança mais fluída.
As companhias precisam compreender, desde já, que é necessário estabelecer um ambiente colaborativo capaz de estimular a criação e a inovação. E isso só é possível em uma cultura justa e de confiança, descentralizada, sem barreiras hierárquicas, em que se permita o erro como parte do processo evolutivo e de aprendizado.
Sabemos que a internet das coisas e a inteligência artificial já estão entre nós e ocuparão cada vez mais o papel trabalho humano, sendo a nova mão de obra para fins operacionais dentro das organizações. Organizações que, por sua vez, precisarão tornar seus processos cada vez mais eficientes, dinâmicos e ágeis, para atender tanto a velocidade oriunda dessas tecnologias quanto a pressão do mercado consumidor.
O fato é que o capital humano sempre será o motor competitivo das companhias, e esse motor só girará com força total, com um RH estratégico e inovador. O talento, a energia, o insight e a oportunidade estarão cada vez mais centrados nas pessoas. Afinal, é delas que surgem as ideias, são elas o melhor sistema de alarme e todos os riscos e todas as oportunidades estarão na força do trabalho.
A empresa é um sistema e, como tal, deve haver congruência da teoria com a prática, do que se prega como valor, propósito, missão e visão com o que se vê no dia a dia. Os colaboradores serão diferenciados somente se forem tratados como seres humanos integrais, se a companhia demonstrar que confia neles e os reconhece. Desse modo, os membros das equipes darão mais de si no trabalho e toda energia, imaginação e ideias ficarão disponíveis para todos na organização. Se um colaborador se perguntar “por que devo me dedicar a um sistema que não se preocupa comigo?”, a empresa não estará preparada para ser competitiva e para esse futuro interdependente. Pois todos sabemos que Independência hoje e no futuro é morte!
O seu RH e a sua empresa estão preparados para sobreviver nesse cenário novo que o século 21 está exigindo ou ainda estão operando no século passado? Que tal começar a criar equipe engajadas e um capital social na sua companhia?
Claudia Santos é especialista em gestão estratégica de pessoas, coach executiva e diretora da Emovere You.