O trabalho, o cão e a ovelha


Na semana passada num exercício trivial de dono de casa fui ao armário e separei algumas peças de roupas que a tempo não as usava. Lá encontrei um casaco de lã, daqueles que você compra durante uma viagem de férias nas Serras Gaúchas, imaginando que no ano seguinte o inverno será mais frio. Passam-se os anos e o inverno é cada vez menos rigoroso. E lá no armário permanece o casaco de lã. Qual será o futuro da ovelha se a tosa da sua lã não se aplicar mais à fabricação de roupa de inverno? …provavelmente comeremos mais carne de ovelha.

E os cães, nossos fiéis amigos? Cada vez mais o homem vive enclausurado, cada vez mais vivemos em apartamento. O cão que antes era guardião da casa, protetor do lar, hoje é companheiro, confidente. No passado eram apenas: o pequinês para brincar e fazer barulho e pastor para vigiar e assustar e o vira-lata, este o próprio nome explica. Hoje são tantas as espécies, cada vez mais dóceis, habitam apartamentos, nos acompanham nas corridas no parque e em nossos passeios, andam de elevador e usam cinto de segurança no trânsito. Cada vez os cães assumiram hábitos dos seus donos, que fazem do cão a sua companhia, não mais a sua proteção.

O trabalho é como o cão e a ovelha. Você esta mais para cão ou para ovelha? A atividade que você desempenha hoje está acompanhando as tendências? A empresa que você trabalha tem futuro? Onde você está, ou o que faz, tem futuro? Ou você pode virar ovelha no futuro?

Para apimentar um pouco mais esta reflexão, semana passada tentei encontrar um sapateiro “artesão com habilidade para consertar bolas de futebol”. E encontrei fora da cidade de São Paulo. Lá levei sete bolas à sua oficina. Observei que ele tinha inúmeras e esquisitas tatuagens. Curioso mas já sabendo a resposta perguntei: Onde você aprendeu a consertar bolas de futebol?

A resposta você também já sabe! Sua história é curiosa, sonhava em ser um jogador de futebol. Paguei o conserto e lá mesmo deixei as bolas. Mas antes de ir embora dei meu ultimo recado: “ainda é tempo para se aprender um novo ofício”.

Desde que não seja consertar casacos de lã.

Osmir Fernandes da Costa é executivo de oportunidades em callcenter.

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