O velho ditado

Autor: Fernando Lujan
Em geral, ficamos chateados quando perdemos nossa agenda de telefones, as fotos de uma celebração ou qualquer outra coisa considerada pessoalmente importante, não é mesmo? Agora imagine o tamanho do transtorno causado pela perda de dados, estatísticas, levantamentos ou outros tipos de arquivos e informações vitais para o dia-a-dia de uma empresa. Uma lista de contatos de clientes estratégicos, um relatório crucial desenvolvido ao longo de meses, o balanço financeiro de todo o ano. Esses são só alguns exemplos, mas existe uma enorme quantidade e variedade de documentos cujo desaparecimento teria potencial para instaurar o caos em uma companhia.
Prevenção costuma ser uma medida mais eficaz em comparação com iniciativas tomadas somente após alguma ocorrência grave. Há até um velho ditado cuja moral gira em torno disso: “Prevenir é melhor que remediar”. E quando o assunto é informática e segurança, o melhor a fazer e seguir esse ensinamento à risca. O melhor remédio para isso não tem nome complicado, nem precisa de receita. Chamado de backup, consiste na prática de copiar dados de interesse e armazená-los em segurança, possibilitando a restauração em caso de perda do conteúdo original.
Analisando a etimologia desse termo e sua aplicação, é perceptível o quanto ele foi bem pensado e tem definição precisa. A aglutinação das palavras da língua inglesa back, no sentido do verbo “voltar”, e up, significando “para cima”, descreve claramente sua utilidade. Contar com uma cópia de segurança em caso de problemas é como ter uma escada logo ao seu lado após cair de um barranco, ou um apoio para se levantar mais facilmente depois de um escorregão, para exemplificar de uma forma menos drástica.
Para se ter uma noção da importância dessa prática, existe até uma data alusiva a ela. O Dia Mundial do Backup é algo relativamente novo, “celebrado” pela primeira vez em 2011, instituído por um grupo de usuários do Reddit, uma espécie de rede social na qual são divulgados links para publicações na Internet. A data escolhida foi 31 de março, véspera do Dia da Mentira – em inglês, April’sFool, em referência à brincadeira do “tolo de abril”. No caso, o bobo é quem não salva seus arquivos de forma segura.
A empresa em que trabalho, por exemplo, faz backup diário das configurações da sua solução integrada de voz para contact centers em todos os clientes. Estratégias das campanhas, mailings e filtros utilizados nelas, programações de Unidades de Resposta Automática – URA, tabulações de acompanhamento, entre outras coisas, são copiadas para um servidor externo, como forma de manutenção ativa e preventiva. Com isso, a aplicação fica protegida contra falhas de qualquer equipamento e volta a funcionar rapidamente após o restabelecimento do hardware. O procedimento é realizado no fim de cada dia, após o expediente, a fim de evitar problemas de instabilidade à operação.
Existem diversas formas de realizar essa tarefa, indo desde a rudimentar replicação do mesmo arquivo em várias pastas dentro de um único computador até o armazenamento de informações na nuvem e em servidores com redundância. Além disso, é possível gravar o material desejado em pen drives, discos e outros tipos de mídias e dispositivos externos e portáteis. Outra opção, muito utilizada no âmbito corporativo, é criar uma rede interna para esse fim.
Com tantos modelos a serem seguidos, só não se previne quem não quer. Se você faz parte da turma dos despreocupados, pense melhor a respeito e considere aderir à ideia. A tecnologia é evoluída a cada dia e proporciona muitas facilidades. Mas falhas são sempre possíveis, então não vale a pena arriscar seus negócios quando a solução existe e é tão simples. Não fique no desespero. Seja esperto, faça backup!
Fernando Lujan é diretor de TI da Total IP.

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