Autor: Edilson Menezes
Acredite, para blindar a empresa contra o terror, alguma dose de insubordinação será necessária.
Antes que os pares articulistas e os leitores mais fiéis questionem minha sanidade, vou rapidamente explicar:
Digamos que o seu chefe lhe peça para fazer algo e você saiba, antecipadamente, que a ação prejudicará alguém de suas relações ou mesmo a empresa. Ao invés de ir com tudo e atender cegamente, permita-se questionar, apresente argumentos e o convença do contrário. Não tenha medo de perder o emprego, pois os tempos de aceitar tudo em silêncio chegaram ao fim.
As empresas estão repletas de pessoas dispostas a fazerem tudo a qualquer preço. Temos inúmeros líderes totalmente despreocupados sobre os resultados de suas ações e o reflexo direto que elas ocasionam no emprego alheio.
Precisamos de pessoas que se posicionam diante de ordens comercial ou eticamente temerárias.
As empresas, principalmente em circunstâncias adversas como estas que o mercado tem vivenciado, não podem mais admitir funcionário que acelera fundo, doa a quem doer.
Vivemos tempos nos quais é mais saudável ter um funcionário levemente insubordinado, porém ético, do que um obediente incapaz de questionamentos.
Como tudo na vida, dosagem é o grande segredo. Não se deve contratar ou alimentar cegos cumpridores de ordens e muito menos insubordinados que generalizam e não aceitam nenhuma tarefa.
Por perfil, é morna a temperatura de funcionários que só cumprem o combinado e as ordens do chefe. Uma empresa inteira composta por pessoas assim não cresce, presta serviços muito distantes do brilhantismo e sobrevive como poeira ao vento, sem saber ao certo como chegou até ali e tampouco o que lhe reserva o futuro.
Empresários que gostam e incentivam a obediência sem questionamento pararam no tempo e ainda estão vivendo nos anos 80. Permitiram que a política ditatorial, vivenciada na própria pele, fosse plantada na empresa e, como erva daninha que é, a praga se multiplica. Não há jardineiro, no caso líder, que consiga eliminá-la de vez.
Com a sua ajuda, dotada de uma nova visão que não admira ou incentiva lambedores de bota, que valoriza os questionadores, o êxito estará garantido.
Desenvolva, entretanto, feeling para identificar e diferenciar os questionadores estratégicos dos geradores de conflito. O primeiro grupo tem sempre uma ótima ideia sob o braço, pronta para ser apresentada diante de escolhas equivocadas. O segundo grupo é composto por terroristas, verdadeiros homens e mulheres-bomba prontos para acatarem ordens, mesmo sabedores de que podem quebrar a empresa.
O grupo 1 é a elite do profissionalismo e merece remuneração diferenciada, pois está cada dia mais difícil compor equipes deste perfil. O grupo 2 precisa ser demitido antes que suas bombas detonem. Basta um treinamento comportamental com a presença dos gestores e estes saberão quem são os terroristas infiltrados, literalmente, na organização.
A escolha, como sempre, é apenas sua…
Edilson Menezes é treinador comportamental e consultor literário. Atua nas empresas com os temas vendas, liderança, motivação e coesão de equipes. ([email protected])