Autora: Rosi Kichel
As pessoas que se sentem bem no trabalho irão transferir esse sentimento nas suas casas, pois o reflexo do que passamos em nosso trabalho é sentido em nossa família – nos assuntos que conversamos com nossos cônjuges, filhos, pais e amigos. Incrível, não? Mas é verdadeiro.
Em um momento de crise, as empresas focam seus esforços em finanças, clientes e processos. Mas, apesar de darem foco nisso, é necessário que as pessoas decidam se querem despender seus esforços nesses três itens (ou em outros itens). Ou seja, não adianta o empresário querer mudar o mundo se sua equipe não está alinhada e comprometida também.
Além disso, as empresas precisam inovar sempre. Contudo, para estimular a inovação, é necessário estimular as pessoas a inovarem, pois a inovação vem das pessoas. E como devemos alcançar esse objetivo? Na prática, é preciso desenvolver em todo o time o sentimento de ´dono do negócio´ e isso ocorre quando somos transparentes com todos ouvindo as sugestões de melhorias. Imagine a seguinte situação: o cliente liga e quer falar com o administrativo, mas não tem ninguém lá… quem atende o telefone diz ao cliente para ligar depois, pois a pessoa responsável não está no momento. Já um funcionário motivado tenta de todas as formas resolver o problema – liga para quem precisar, fala com quem precisar e retorna para o cliente com a solução.
Por isso, é necessário ter uma comunicação ágil com todos e sempre colocar o sapato do outro para desenvolvermos a empatia pelo momento dos demais e isso parte do líder. As pessoas que conversam mais com o líder sentem mais confiança na empresa. Essa condição só tende a aumentar a confiança, fortalecendo a ideia de que a transparência é tudo.
Um ponto para saber se há diálogo na sua empresa, é checar se algum liderado tem o sentimento de que será demitido ao voltar para a empresa. Pois bem, se isso está ocorrendo é porque falta diálogo com este liderado – sendo necessário estar mais próximo do colaborador.
Quando estamos constantemente conversando com o colaborador estamos dando feedback para que ele possa ter a oportunidade de melhorar, mas se mesmo assim não surtir efeito, dê mais uma chance a ele de melhoria. É importante ter clareza que ele deve melhorar e no que deve melhorar. Combine todos os resultados que você espera de cada um deles e assim, todos saberão se estão cumprindo ou não o esperado. Ajude seu liderado a evoluir e pergunte o que você pode fazer para ajudá-lo. Sente-se no chão se for necessário – envolva-se! E se mesmo assim não funcionar, não o mantenha na empresa.
Se o empresário investe nos funcionários com remuneração justa, benefícios, oportunidades e feedbacks, os mesmos se sentirão valorizados, criando um círculo vicioso, pois funcionários valorizados ao atenderem um cliente vão dar o melhor de si e farão um atendimento excepcional. O resultado são clientes satisfeitos que, certamente, voltarão para fazer novos negócios e melhor, indicarão a empresa. Empresários felizes e inteligentes reinvestem nos funcionários e aí volta o círculo a girar, porém com mais força!
É necessário gerar um ambiente que o time sinta confiança na empresa: confiar vem de acreditar, que vem de crédito, que vem de empréstimo. O colaborador que confia está dando um empréstimo à empresa, emprestando seu trabalho, sua família, seus sentimentos e sua vida, por isso tudo o que envolve as pessoas da empresa deve ser prioridade para os diretores. Os colaboradores são o principal ativo da empresa.
Outro item importante é ter calos nas mãos de tanto aplaudir! Comemore, celebre com todos, reconheça, dê elogios relâmpagos, mas se tiver que dar um feedback corretivo, chame de canto! Se você tem as pessoas do seu lado, você poderá superar qualquer barreira, por isso coloque as pessoas no centro de tudo, pois são elas que ajudam a empresa a crescer. Esse aprendizado foi fruto do seminário “Otimizando resultados com pessoas motivadas”, ministrado por Hilgo Gonçalves, embaixador do GPTW Brasil.
Rosi Kichel é diretora de relacionamento da SetaDigital, eleita a 18º Melhor Empresa para Trabalhar no Brasil na categoria pequenas empresas de TI e Telecom, segundo o último ranking elaborado pelo Instituto Great Place to Work (GPTW).