Outsourcing: mitos e ritos

Autor: Roni de Oliveira Franco
 
O mercado brasileiro de outsourcing está acompanhando o ritmo de crescimento da economia nacional e começa a se expandir, com a possibilidade de tornar-se o quarto maior do mundo em 2015, segundo pesquisa realizada pela Global Outsourcing Report. Atualmente, estamos apenas na 15º colocação. Mesmo daqui a sete anos, ainda não estaríamos no pódio, mas este é o começo de um futuro promissor.
 
Esse fenômeno não ocorre apenas no Brasil, a empresa americana Quint mostrou que o setor cresceu 32%, principalmente devido à verificação da importância na contenção de custos e a possibilidade da empresa focar no core business. Ou seja, esse mercado movimenta anualmente, mais de US$ 4 trilhões. Com o enorme crescimento, imaginem o que não será gerado por essas empresas.
 
Criação de emprego. Isto é o que está acontecendo na atividade por todo o mundo. No último International Association of Outsourcing (IAOP), evento realizado no início deste ano, em Orlando, nos Estados Unidos, foram apresentadas perspectivas até 2015. Em 2003, eram oferecidos apenas 300 mil postos de trabalho. A expectativa para 2015 é de 3,3 milhões, ou seja, um aumento de 1.100% em apenas 12 anos, mais de 91,5% ao ano.
 
O Brasil ainda não possui a cultura de outsourcing, mas o exterior já reconhece a nossa capacidade para realizar a atividade. Em janeiro do ano passado, o confiabilíssimo Wall Street Journal veiculou matéria intitulada “Soccer, Samba and Outsourcing”, ou seja, esse setor já pode ser considerado referência em qualidade nos serviços prestados na atividade. Por isso, as empresas de outsourcing têm de mostrar ao mercado, principalmente ao nacional, suas especialidades e serviços, para que, cada vez mais, se consolide e prove a sua eficácia no fornecimento de serviços e inteligência às empresas, sejam de pequeno, médio ou grande porte.
 
Ainda há muito o que fazer para transformar o Brasil em um dos principais atores desse mercado, que está em franco crescimento em todo o mundo. Para isso, não basta que as empresas de outsourcing trabalhem duro. Governo e iniciativa privada têm de auxiliar para que isso ocorra. Para desbancarmos os mitos que rodeiam o outsourcing, é necessário que seja entendido o papel do contratado e do contratante. Empresas dessas atividades prevêem a racionalização de processos dos clientes, incluindo as áreas administrativas, contábeis, fiscais, financeiras, gestão de pessoas e tecnologia da informação.
 
Enfim, esse é um setor que terá grande reconhecimento nos próximos anos. Como foi dito acima, já se reconhece a qualidade dos serviços prestados em outsourcing no Brasil. Com a comprovação do que a atividade faz para a economia nacional, veremos como esse aumento influenciará no crescimento das empresas, tanto no País quanto no exterior.
 
Roni de Oliveira Franco é sócio da Trevisan Outsourcing e professor da Trevisan Escola de Negócios. ([email protected])

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