Autor: Juliane Yamaoka
Atualmente, muito se fala no papel de consultor em diversas atividades profissionais, o qual consiste na atuação mais estratégica que ultrapassa o âmbito operacional. E no setor de Recursos Humanos não é diferente.
Ser um consultor de RH é estar inserido no conceito de clima organizacional e é um papel fundamental para quem comanda o setor, pois esta consultoria aperfeiçoa a metodologia da gestão de pessoas, tornando os funcionários mais conhecedores dos princípios corporativos.
O trabalho de consultor de RH começa com a elaboração de uma pesquisa para identificar o nível de integração e, principalmente, de engajamento dos profissionais. A partir daí, é possível fazer análises profundas, de modo a saber se a estrutura hierárquica é respeitada, se há um ambiente “saudável” de trabalho e se a empresa tem boa imagem perante seus trabalhadores, entre outros aspectos.
O passo seguinte é tomar as decisões a partir dos resultados da pesquisa. Assim como o médico examina um paciente, identifica o estado de saúde e, posteriormente, recomenda um remédio ou tratamento, o consultor de RH vai utilizar os “diagnósticos” da pesquisa e definir processos seguintes para os “cuidados” a serem tomados com os funcionários.
É nesse contexto que surge o exemplo prático da diferença entre o “chefe” e o “líder”. O papel de líder é exercido apenas por quem atua de forma consultiva, dando o real sentido ao que se chama de “comandar uma equipe”, pois amplia o entendimento do profissional de RH sobre os funcionários e, também, destes sobre a empresa. O estudo em cursos específicos de gestão de pessoas é uma das formas para se obter expertise para a consultoria, mas nada impede que essa expertise se conquiste por meio da vivência com os funcionários que fazem parte do dia a dia da empresa.
Inclusive, esse segundo método é melhor e mais “humano”, uma vez que a vivência gera uma compreensão mais assertiva sobre o que é necessário para o melhor relacionamento entre as pessoas e, principalmente, para potencializar as habilidades individuais em torno dos objetivos coletivos.
Podemos dizer que a consultoria, se bem planejada e executada, vai muito além da gestão de RH. Isso porque a visão mais analítica sobre os perfis e qualidades dos funcionários gera o rápido direcionamento sobre as melhores práticas de gestão, extraindo resultados profissionais devidamente alinhados com as metas da empresa. Outra consequência importante é a redução de custos, pois os funcionários vão executar suas funções mais rapidamente e a empresa dificilmente vai pagar horas extras.
Por fim, o trabalho consultivo pode até ser mais “árduo”, pois demanda mais tempo, mais esforço e maior quantidade de dados para chegar às devidas conclusões (e decisões), mas certamente é mais recomendado porque tem os melhores retornos em termos pessoais (para empregados) e empresariais (para empregadores).
Juliane Yamaoka é gerente da Efix.