Artigo: Julio Bugone
Pessoas ditas de “personalidade forte” potencializam os pontos negativos em tudo e acabam por prejudicar o bom andamento dos processos, assim como toda e qualquer mudança que possa surgir, além de deteriorarem o ambiente de trabalho, podendo tornar a vida do subordinado, caso os tenha, em algo insuportável.
As pessoas de relacionamento difícil são aquelas que estão sempre na defensiva, mostram-se reativos, têm dificuldade de demonstrar autoconhecimento e, normalmente são dominadas por emoções negativas. Geralmente pessoas de personalidade mais complicada demonstram insegurança, aparentam medo em ser julgadas como incompetentes ou de não serem aceitas e/ou reconhecidas.
A má notícia que podemos obter da explanação acima, é entendermos que tudo que foi descrito não se trata de um perfil definido e sim de atitudes que qualquer um de nós pode apresentar em determinadas circunstâncias, mostrando algumas ou todas essas características.
Quem nunca ouviu alguma frase a seu respeito tal qual:
” – Quando vim trabalhar com você, te achava arrogante! “
ou
“- Nossa! como você é pavio curto”
ou mesmo
” – ás vezes penso duas vezes antes de falar com você, nunca sei qual será sua reação”…… Se você já ouviu frases como essa a seu respeito, então é hora de rever alguns conceitos. Alerto isso pois minha experiência profissional me leva a acreditar que grande parte das demissões ocorre por aspectos comportamentais e não somente por questões técnicas.
Quando sinalizo rever alguns conceitos, isso inclui avaliar se a empresa onde você trabalha é o lugar adequado para o seu perfil, caso você decida que não irá mudar. Pode ser que determinada característica vista como mais “difícil”, possa ser vista com bons olhos em uma empresa que tenha um perfil mais agressivo.
Reforço que entendo que cada indivíduo tem sua própria forma de lidar com toda diversidade de ocorrências no ambiente de trabalho.
Há pessoas mais diretas e objetivas, há os que são mais polidos e políticos, há os que são mais perfeccionistas, os centralizadores, etc… Porém, cabe uma avaliação se esta ou aquela característica não está se tornando o “nosso rótulo”, e se essa marca pode vir a prejudicar o desempenho de uma equipe inteira e o andamento dos negócios da área em que atuamos ou até mesmo da empresa.
Se entendemos que nosso “jeito de ser” pode estar atraindo olhares não positivos, chegando na conclusão que é preciso ajustar algo, algumas leves adequações podem ser notadas significativamente.
Antes de mais nada, devemos realizar uma auto avaliação sincera, e em paralelo buscar a opinião de um profissional que nos conheça e que confiamos, para que ele também nos descreva de maneira sincera e objetiva. Dessa forma, não sairemos do zero e teremos a possibilidade de confrontar nossas percepções com o quanto de você o outro te enxerga.
Se somos vistos como alguém “durão”, objetivo ou o popular “curto e grosso”, precisamos dosar um pouco de bom humor em nossas abordagens e observações, mas com cuidado para não migrarmos para o lado “sem noção da força”.
Se nossa avaliação aponta para um perfil pouco flexível, reativo ou mesmo complicado, incluirmos assertividade em nossos discursos irá ajudar na reversão desse rótulo. Vamos ouvir para entender e não para ter resposta, busquemos formar argumentos que sejam claros e convincentes.
Dessa forma, nossas reações serão vistas como construtivas. Formar frases firmes e objetivas também ajuda a passar a mensagem sem rodeios, pois comunicação e relacionamento podem se tornar grandes desafios e abrir portas, ou não.
Tudo depende da forma de agir e da maneira como conduzimos uma conversa. Pessoas vistas como mais difíceis, com atitudes julgadas como arrogantes, impacientes, prolixas, reativas, entre outras mais , podem colocar tudo a perder. Pense nisso, e se entender ser necessário, busque a ajuda de um profissional capacitado para te orientar nessa mudança.
Boa sorte!
Julio Bugone é diretor da Vikat Consulting.