Autor: Airton Cicchetto
Uma pesquisa global da consultoria Ernest & Young apontou que uma relação estreita entre as áreas de finanças e de recursos humanos está ligada a um melhor desempenho do negócio. Segundo o mesmo estudo, as companhias em que esse relacionamento se tornou mais colaborativo, reportaram uma alta maior de Ebitda e avanços mais significativos em métricas de capital humano, incluindo engajamento e produtividade.
Partindo da constatação desta pesquisa, é perfeitamente válido inferir que as empresas que conseguem integrar, não apenas finanças e RH, mas todo o seu headcount, isto é, todo o seu contingente de pessoal, podem se tornar ainda melhores. A união das pessoas, colaboração e integração das equipes compõem uma condição essencial para as empresas. Nos dias atuais, o sucesso nos negócios e até mesmo a sobrevivência, requerem um trabalho coordenado, capaz de envolver a todos na organização.
Hoje, a frase que segue é quase um mantra empresarial: “O sucesso é uma responsabilidade de todos, desde o mais humilde operário até o presidente”. Esta afirmação, por seu alcance, envolvendo a todos, remete e de certa forma chama à responsabilidade a área de recursos humanos.
O que tem feito, exatamente, e como o departamento de RH está trabalhando para orientar o esforço coletivo em busca do sucesso é, em geral, uma dúvida reinante na maioria das empresas. Muitas vezes, estes questionamentos são externados com doses picantes de julgamento depreciativo.
E, claro, é esperado que a área de recursos humanos trabalhe pelo sucesso da empresa, pois há um entendimento geral e consolidado de que, de fato, as empresas que tem um RH atuante, que entende e fala a linguagem do negócio, que tem habilidade de influenciar o rumo e o futuro, promovem a gestão de equipes fortes, unidas e capazes de levar a organização ao contínuo sucesso.
Há que se considerar, também, que o sucesso pode, em muitos casos, ser explicado por inúmeros outros motivos, como tecnologia ou capacidade de inovar, por exemplo. Ocorre que, nestes casos, o sucesso pode ser de curta duração se a empresa não tiver uma gestão competente que envolva e comprometa as suas pessoas.
Mas, voltemos ao mantra: “sucesso é responsabilidade de todos… até o presidente”. A este, obviamente, cabe a maior parte da responsabilidade. Assim, julgamos oportuna e procedente a pergunta: Como é nosso presidente?
Hoje, sabemos pelas técnicas de análise dos perfis comportamentais, que os indivíduos podem ser classificados em grupos como: focados nas pessoas; nos resultados; na análise de dados e também em outros grupos que combinam estes focos. Se o perfil do presidente combinar foco em pessoas e resultados, muito provavelmente ele montará estratégias que busquem o sucesso por meio das pessoas.
Neste caso, ele se apoiará no RH e será o seu mentor, constituindo diferentes equipes para definir metas, montar e implementar planos de ação. Todos, em conjunto, estarão construindo o contínuo sucesso da empresa e RH, valorizado, atuará na coordenação deste processo.
Se, ao contrário, o presidente não tiver olhos para as pessoas, o sucesso dependerá de conquistas efêmeras e RH, lamentavelmente, estará apenas voltado ao desempenho das rotineiras atividades burocráticas.
Como é o perfil do seu presidente? Ele é do tipo que busca resultados por meio das pessoas? Ele é o mentor e interage continuamente com RH? E como está atuando seu RH? Alinhado com a visão da presidência? Coordenando as estratégias de negócios da sua organização? Como vimos, as respostas as estas perguntas podem explicar o sólido e contínuo ou, o casual e efêmero, sucesso de sua empresa.
Airton Cicchetto é consultor, palestrante empresarial, engenheiro, mestre em administração e idealizador do modelo SCG – Simples Complexo Gerencial – Simplificando a Gestão.