Autora: Claudia Santos
Nas últimas décadas, a internet e a tecnologia transformaram radicalmente a sociedade – e, consequentemente, o mundo dos negócios. Em um primeiro momento, essa mudança afetou os veículos de mídia, que precisaram criar conteúdo on-line e modernizar as plataformas. Depois, foi a vez de o comércio entrar no mundo digital com as lojas virtuais, em busca de facilitar a vida das pessoas.
Atualmente, com o alcance cada vez maior das redes sociais e de tecnologias como inteligência artificial, internet das coisas e big data analytics, as empresas de todos os setores precisam se reinventar para manter a sua competitividade no mercado. De acordo com a pesquisa Global Human Capital Trends, realizada pela Deloitte em 2017, quase 90% dos líderes empresariais e de Recursos Humanos consideram como a sua principal prioridade a construção da organização do futuro.
Esse avanço da tecnologia também afetou drasticamente os hábitos dos consumidores na sua forma de interagir, comprar e se relacionar. Isso exige das organizações uma resposta mais ágil e eficiente para essas novas necessidades, algo que as empresas do século 19 têm dificuldades para entender.
A migração para o mundo digital exigiu – e ainda exige – a digitalização das empresas por meio da automação dos seus processos de negócios. Com a chegada da chamada “indústria 4.0” e da internet das coisas, as atividades humanas precisam ser cada vez mais criativas e especializadas. Por isso, é imprescindível que as lideranças tenham clareza sobre o momento em que vivem e quais mudanças são necessárias no mundo corporativo. Elas precisam alinhar a tecnologia da informação aos seus modelos de negócios e, consequentemente, à gestão de pessoas.
Porém, as pessoas precisam ser o alvo preferencial desses novos modelos que acompanham as mudanças tecnológicas, o que garantirá a melhora dos processos corporativos. É preciso entender que a tecnologia, por si só, não trará mudanças de impacto, mas sim as estratégias utilizadas para implantá-la.
Neste cenário de transformação, surge a necessidade de um RH estratégico e digital dentro das companhias, capaz de estimular uma mudança cultural e de incentivar o uso da tecnologia de people analytics para identificar e gerir talentos. Se antes o foco do departamento de Recursos Humanos eram os processos, hoje está voltado para melhorar a proposta de valor da empresa e os níveis de performance, engajamento, espirito de colaboração e trabalho em equipe.
Na empresa do futuro, o aprendizado contínuo é fundamental para o sucesso dos negócios, e os gestores conseguem inspirar os colaboradores a inovar e a se reinventar. Por isso, as áreas de treinamento, desenvolvimento e gestão de pessoas devem atuar como parceiras de negócios. Utilizar ferramentas de gestão de talentos, performance, feedback e análise cruzada de dados se torna essencial para entender a relação entre as pessoas e o mercado, por meio de sistemas cognitivos e preditivos.
A maioria das empresas não está pronta para esse novo cenário, mas entendem que precisam se modernizar para sobreviver. Em alguns anos, aqueles que não compreenderem o impacto da tecnologia no mercado ficarão para trás. Saber competir digitalmente será fundamental para as organizações que quiserem manter a competitividade e o crescimento no mercado.
Claudia Regina Araujo dos Santos é especialista em gestão estratégica de pessoas, palestrante, coach executiva e diretora da Emovere You.