Autora: Dolores Affonso
Você já ouviu falar em Matriz BCG? Acredito que sim! Para quem não sabe o que é, a Matriz BCG é uma análise gráfica desenvolvida por Bruce Henderson para a empresa de consultoria empresarial americana Boston Consulting Group, em 1970. Tem como principal objetivo analisar produtos com relação à sua participação de mercado, potencial, crescimento, desempenho etc., segmentando o portfólio de acordo com o ciclo de vida. Toda empresa precisa saber a situação de seus produtos para decidir o que fazer – investir ou tirar do mercado. Parte do sucesso de uma empresa é compreender com exatidão sua situação de mercado para tomar as decisões corretas.
A Matriz BCG é dividida em duas partes:
– Participação de mercado: qual fatia de mercado este produto possui, principalmente se comparado aos concorrentes?
– Crescimento do mercado: qual o desenvolvimento deste mercado, taxas de crescimento, potencial etc.?
Dentro destas áreas, podemos observar os quadrantes: Estrela, Ponto de interrogação, Vaca leiteira e Abacaxi.
Mas você já ouviu falar em Matriz BCG de pessoas? Para analisar os colaboradores e embasar a tomada de decisão da liderança e alta gerência? Toda empresa precisa analisar muito bem um de seus maiores ativos: o capital humano. Então, por que não adaptar a Matriz BCG para analisar seu potencial, desempenho etc. e tomar a decisão certa de investir no colaborador ou “tirar do mercado” (demitir)?
Vamos redefinir as duas áreas principais da matriz:
Participação de mercado = participação e desempenho no trabalho: analisa-se a participação individual e em equipe do colaborador e seu desempenho geral e específico.
Crescimento de mercado = crescimento e potencial: analisa-se o crescimento do colaborador na organização, seu interesse em mudar, sua busca por conhecimento, suas habilidades e o potencial que ele tem.
Depois, divide-se nos quadrantes:
– Estrela: são colaboradores com alto desempenho, muitas habilidades e estão sempre em busca de mudança, crescimento e desenvolvimento, gerando excelentes resultados. Precisam de grandes investimentos, pois buscam inovação, novas formações e tecnologias. São criativos e com espírito de liderança. Se bem aproveitados, podem se tornar colaboradores de altíssima performance, inclusive em segmentos específicos, e grandes líderes.
– Ponto de interrogação: são conhecidos como problemáticos. Possuem baixo desempenho e inúmeras habilidades mal aproveitadas, mas estão sempre em busca de crescimento e desenvolvimento. Encontram dificuldades em gerar os resultados que a empresa precisa, porém, com investimentos, podem se tornar excelentes profissionais. Caso contrário, virarão abacaxis.
– Vaca leiteira: com excelente desempenho e muito tempo de carreira, esses colaboradores estão estagnados e não buscam novos conhecimentos, desenvolvimento de novas habilidades, crescimento e não inovam no dia a dia. Como geram ótimos resultados, a empresa costuma mantê-los. Se bem aproveitados, orientados e motivados, podem se tornar mentores e melhorar os resultados de profissionais como os “Pontos de interrogação”. E o mais interessante, é que podem ser muito beneficiados com a dinâmica, inovação e avidez por desenvolvimento do seu mentorado.
– Abacaxi: são colaboradores com baixo desempenho que não buscam crescimento, não inovam, não desenvolvem habilidades. Ou seja, estão acomodados! Precisam de altos investimentos em formação, treinamento, motivação, mentoring, coaching etc. para tentar reverter o quadro. E, na maioria das vezes, a empresa opta por demiti-los.
E você, o que é? Estrela, Ponto de Interrogação, Vaca Leiteira ou Abacaxi? Ou melhor, o que você quer ser? Sempre é tempo de mudar.
Dolores Affonso é coach, palestrante, consultora, designer instrucional, professora e idealizadora do Congresso de Acessibilidade.