Será que preciso de coaching?

Autora: Fabrícia Faé
Atualmente ser Coach ou fazer o processo de coaching está na moda. Muitos gostam de comunicar que tem um coach e outros querem esconder. Há ainda aqueles que possuem um mentor. O fato é que tudo que vira “moda” acaba se desdobrando, criando novos formatos, que muitas vezes confundem e dificultam o entendimento e a prática.
 
Pensando neste cenário alguns pontos-chave podem melhorar o entendimento para aqueles que se interessam pelo tema. Primeiramente, coaching não é terapia. Afinal, a terapia trabalha questões e traumas passados. Já o coaching por sua vez atua para construir um novo futuro, baseado nas ferramentas que se possui hoje. É fato que muitas vezes alguns processos de coaching precisam de uma terapia prévia ou concomitante, mas deveriam ser exceções.
 
Em segundo lugar, coaching não é mentoring. Isso porque o mentoring é também um processo poderoso, uma forma de aconselhamento onde uma pessoa experiente transmite a outra pessoa com menos vivência os seus conhecimentos específicos em algum tema. Enquanto o coaching, segundo a ICF (International Coaching Federation) é uma parceria com clientes num processo criativo e provocativo que os inspira a maximizar seus potenciais profissionais e pessoais.
 
Um bom coach (treinador em português) não necessariamente entende profundamente da área em questão. Haja vista bons treinadores que conhecemos que muitas vezes nunca jogaram o esporte ou se jogaram, não foram brilhantes. Contudo, é inegável que vivência na área ajuda. E existem sim, processos de mentor‐coaching, mas estes devem ser utilizados com muito cuidado e por pessoas experientes. Certo, mas e quando consigo identificar que preciso de um coaching? Bem, existem fases da nossa vida pessoal e profissional onde um apoio externo ajuda muito na obtenção de melhores resultados.
 
São aquelas questões que não se tratam de traumas ou bloqueios que uma terapia requer, mas aquelas onde geralmente estamos vislumbrando ações no futuro ou no presente. Vou dar exemplos para ficar melhor: na vida pessoal existem temas como equilíbrio de vida e carreira, definição de propósito, transição que sozinhos podemos entrar num desgaste emocional imenso, mas com um bom Coach podemos ter reflexões adequadas e positivas, criando o que chamamos de um circulo virtuoso.
 
Na vida profissional o campo é ainda mais vasto e mais difundido. Existem fases dessa trajetória que são “de ouro” e merecem este suporte que um bom coach pode dar, como por exemplo: primeiro quando passamos de executores das atividades para o primeiro posto de liderança. Geralmente conseguimos o oposto por sermos bons técnicos, mas o sucesso do futuro cargo é justamente deixar de colocar a mão na massa e construir um time que o faça, ou seja, o que te levou ao posto, não é o que te trará sucesso.
Segundo quando passamos a ser líderes de líderes. Porque uma coisa é liderar quem irá executar diretamente e outra é liderar quem têm outros a liderar também. Sem falar quando você assume uma nova posição em uma nova área, em empresa ou vira líder de pessoas que eram seus pares. Para estes casos bons mapeamentos iniciais, reflexões e novas abordagens contribuem muito.
 
Outra ocasião que merece o apoio de um coach é quando se ocupa altas posições como diretorias, vice-presidências e presidências. Afinal, almejamos estar nestes cargos, mas quem chega lá percebe o isolamento, a solidão e a pressão destes cargos. E também em situações de crescimento acelerado do negócio. Muitas vezes é preciso desapegar de situações e modelos passados e seguir em uma nova direção.
 
Além disso, o coaching auxilia no desenvolvimento de competências específicas. Existe inclusive formatos de coaching em grupo, que podem ser utilizados quando temos pessoas com objetivos comuns a desenvolver. E como encontrar um bom coaching? Saber o que se quer com o processo de coaching é um passo muito importante. Quando se tem o objetivo claro, aí vem a busca do parceiro adequado e que tenha experiência no tema e boas indicações.
 
Uma das tendências, segundo pesquisa realizada pelo HCI (Human Capital Institute) e a ICF em 2016, é a implementação de uma cultura de coaching e mentoring onde os líderes passam a possuir uma formação e prática mínima no seu dia a dia que comprovadamente alavanca o desempenho das suas equipes. A pesquisa aponta ainda que 80% dos entrevistados esperam que nos próximos anos gerentes/líderes expandam o uso de competências de coaching e 60% reportaram que colaboradores de nível inicial também recebam coaching.
 
É o conhecimento sendo passado por quem o detém, no caso do mentoring, e orientação/ações de desenvolvimento adequados sendo fornecidas aos liderados de uma forma provocativa (no caso do coaching). Em cenário de crise ou em realidades promissoras, qual empresa, líder ou liderado não gostaria de vivenciar este modelo?
Fabrícia Faé é responsável pela área de desenvolvimento de talentos da LHH Norte/Nordeste.

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