A Associação Brasileira de Telemarketing (ABT) quer participar da renegociação da Cofins, assim como outros setores produtivos da economia. “O aumento da Cofins pode ser fatal ao setor de serviços, mas o governo se dispõe a renegociar a contribuição apenas com as indústrias, as beneficiadas pelas novas alíquotas”, afirma Topázio Silveira Neto, presidente da Associação Brasileira de Telemarketing. “O governo precisa reconhecer que, hoje, o setor de serviços é o principal gerador de empregos”, insiste Silveira Neto.
O aumento na alíquota da Cofins, que passou a vigorar a partir de fevereiro, é a principal preocupação do telemarketing, que sofreu com um acréscimo líquido de 4,6% (de 3% para 7,6%), sem se beneficiar com o fim do efeito cascata da contribuição.
A entidade representa as empresas de call center, que empregam 500 mil pessoas no país. A expectativa de geração de empregos para este ano era de novas 50 mil vagas que caiu para 25 mil por conta da nova alíquota e deve se reduzir ainda mais. “O telemarketing luta pela redução da Cofins porque se trata da sobrevivência dos empreendimentos e dos postos de trabalho”, diz Silveira Neto.
A Associação Brasileira de Telemarketing entende que, se todos os segmentos produtivos continuarem a arcar com as novas alíquotas da Cofins, só restará ao setor de call center aceitar o cumprimento do previsto na lei 10.833 e ter uma compensação nos encargos trabalhistas. Para diminuir o impacto da carga tributária sobre o setor, a ABT considera que seria necessária, pelo menos, uma redução de 7% nos encargos sobre a folha de pagamento. A Receita Federal prometeu um estudo sobre os encargos trabalhistas, já que 50% do custo das empresas de call center são com pessoal.