Em conversa descontraída durante um café da manhã com formadores de opinião de várias regiões do mundo, entre jornalistas e analistas de mercado, em Indianápolis, nos EUA, Don Brown, presidente e fundador da Interactive Intelligence, falou principalmente sobre a atualização das várias novidades apresentadas pela empresa na Conferência Anual de Usuários – e questionou os especialistas levando-os a uma reflexão sobre algumas tendências.
Entre elas, que os clientes (as empresas) detestam customizações demoradas, que absorvem muitos especialistas e tempo. A saída, da Inin foi tratar uma estratégia incorporando em suas soluções aplicativos dedicados.
Brown posicionou São Paulo como centro da América Latina para centralizar na região uma plataforma de hosting e passar a ofertar a solução em modelo de aluguel por utilização, uma tendência global. Mas, como política global, a empresa deverá escolher um outro país para ter um espelho do host. A questão do aluguel de solução foi questionada por um analista que considera o modelo mais caro – para o cliente – que a aquisição, considerando todos os custos de licença, atualização e infraestrutura aplicada. Para Brown, trata-se de uma escolha que também inclui agilidade e antecipação de investimento.
O presidente da empresa questionou os analistas sobre a tendência de crescimento na adoção de hospedagem em nuvem. – “Será que até 2015, 50% das aplicações vão para nuvem?” -, interrogou. Não foi consenso, mas existe uma tendência forte de crescimento, alguns apostando que sim, outros que não. Existe a preocupação inclusive, de que muitas empresas optem, neste momento, por levar seus sistemas para a nuvem, por preço, segurança ou até modismo. Mas, muitas poderão descobrir que não atende seu modelo de negócios e retornar à infraestrutura original. “Só a experiência vai mostrar a melhor prática para cada um, considerando inclusive, perfil organizacional, segmento ou atividade”, ponderou um dos participantes.
A questão da segurança também foi tema de discussão pelos participantes ao que Brown garantiu uma série de iniciativas, com um processo de certificações. “Hoje, está em dois níveis, mas é possível elevar para outro modelo (SSAE 16), mais rígido”. Ele explicou, ao detalhar a estratégia da empresa, que o sistema “desvia” o cliente final para uma operação através de URA, admitindo que onde existe a interferência humana o risco é sempre grande. Depois de concretizada a operação comercial, o cliente retoma o contato com o operador para concluir a aquisição, quando for o caso. Ou a transação pode ser totalmente eletrônica, sem interferência humana.
Don Brown afirma que os investidores da empresa estão satisfeitos com a capilaridade da solução, que atinge 95% da necessidade de seus clientes. Mas, não descartou a volta à aquisição, se identificar algumas oportunidades de negócio em áreas muito específicas, estratégicas ou que tragam otimização. Nos últimos dois anos, a empresa – que deve fechar o ano faturando U$ 250 milhões – adquiriu duas empresas nos EUA, uma na África do Sul, Alemanha e Austrália. Ele reforçou inclusive, o que disse na abertura do evento – “que a empresa cresce em ritmo de cruzeiro nos últimos anos e que deverá mantê-lo, independente de aquisições”. Uma das grandes apostas, que procurou deixar claro, é o crescimento através de distribuidores, com estratégia de fortalecê-los como força de vendas e apoio aos clientes.