Uma diferença social

Há diferenças entre os papeis sociais exercidos por homens e mulheres e as expectativas organizacionais. Em geral, as organizações esperam de seus funcionários, segundo a coach executiva Ana Pliopas, sócia do Hudson Institute of Coaching no Brasil, traços como assertividade e foco em resultados e o papel social dos homens coincide com essa expectativa. Ela explica que, para os homens, é mais fácil navegar em um ambiente competitivo e assertivo, já que essa é a linguagem a que os homens estão habituados.
Em contrapartida, normalmente se espera que as mulheres sejam acolhedoras, compreensivas e que estreitem os laços entre as pessoas. “Embora essas sejam competências muito importantes para a organização, esse papel social não condiz com a expectativa organizacional. Dessa maneira, mulheres enfrentam o desafio de conciliar papel social e papel organizacional”, afirma a coach.
Para Ana Pliopas, as organizações caminham para um acolhimento gradual de competências femininas como relevantes para o sucesso organizacional. “Talvez esse contexto que observamos como sendo muito mais voltado para a competição e para a assertividade se mostre, em um futuro, como um quadro mais diverso, que valorize e incorpore as competências das mulheres”, finaliza.
Dentro disso, ao analisar o artigo “A framework for developing women leaders”, de Deborah A. O’Neil, Margaret M. Hopkins e Diana Bilimoria, a coach elenca três estágios enfrentados pelas mulheres durante a trajetória de liderança executiva no mundo organizacional, descritos pelas autoras:
1º estágio: Conquista Idealista – Nesta etapa, o otimismo domina a relação das mulheres com a vida pessoal e a carreira. Acreditam que constituirão família, serão pessoalmente realizadas e competirão de igual para igual com os homens no mercado de trabalho.
2º estágio: Resistência Pragmática – Depois de certo tempo na trajetória profissional, em geral os dilemas pessoais vêm à tona na vida das mulheres. Questões familiares e de carreira se mesclam e a mulher muitas vezes se vê no dilema de escolher entre a família e a progressão profissional.
3º estágio: Contribuição Reinventada – Executivas que já passaram por um processo árduo para conquistar seu espaço e o equilíbrio entre vida pessoal e carreira se veem como exemplo e adotam uma postura de mentoria em relação às profissionais mais jovens.

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