Glaucia Saffa, CMO da Tem Saúde

A construção de um ecossistema para customização dos cuidados com a saúde

CMO da Tem Saúde descreve a trajetória da health tech que se expande segmentando soluções

Aos poucos, a tecnologia vai permeando as possibilidades de inovação em todos os segmentos, a ponto de surgir, pelas mentes de especialistas em finanças, uma solução criativa para proporcionar acesso à saúde para as camadas mais populares, sem dependerem tanto dos sobrecarregados serviços públicos. Esse é o caso da health tech Tem Saúde. Por meio da conexão entre meios de pagamentos e agentes de serviços de saúde,os fundadores encontraram uma fórmula de criar um ecossistema que, partindo do oferecimento de consultas e exames a preços mais acessíveis, avança agora para segmentações e customizações no âmbito dos cuidados preventivos. Operando no modelo B2B2C, a Tem Saúde vem conseguido escalar para além do universo do público desprovido de planos de saúde, com soluções ganha-ganha para todos os envolvidos, conforme detalhou, hoje (01), Glaucia Saffa, CMO da Tem Saúde, convidada da 748ª edição da Série Lives – Entrevista ClienteSA.

Começando o bate-papo por uma definição do propósito que gerou a Tem Saúde, Glaucia afirmou que o mesmo se assentou na busca por criar uma jornada na área da saúde, abrindo mais acesso às consultas e exames clínicos para as camadas mais populares. A idealização foi iniciada em 2014, entrando em operação no ano seguinte, em um momento de crise no setor, com cerca de cinco milhões de pessoas perdendo seus planos de saúde e em um ambiente de demanda muito alta nesse serviço. Ela lembrou que mesmo nos dias atuais, apenas em torno de 25% dos brasileiros possuem cobertura de um plano privado na área da saúde e, à exceção de uma ínfima minoria que usufrui da assistência médica particular, o restante da população está na dependência dos serviços públicos. “Diante desse quadro, vislumbramos a oportunidade de conectar pessoas à prestação de serviços de saúde privados, mas a preços acessíveis. Sendo os fundadores da Tem Saúde oriundos de vertentes do segmento financeiro, o caminho encontrado foi unir o mundo dos meios de pagamentos com o da saúde para viabilizar essa alternativa.”

Dessa forma, desde o surgimento da ideia, já foi sendo criada a rede credenciada que caracteriza a empresa e conecta os pacientes em todo o País na negociação para atendimento particular a preços comparáveis com as clínicas populares, o que é possibilitado pela escala de atendimentos oferecida aos participantes privados na rede.

“Com o meio de pagamento, então, garantimos que a entrega dos serviços será realizada pelo preço estabelecido. Na prática, trata-se de algo como um cartão de descontos, mas com a vantagem de um controle sobre a precificação por meio do meio de pagamento.”

Ainda assim, de acordo com Glaucia, o sistema enfrentava dois desafios: como rodar esse modelo sem qualquer benchmark e como chegar às pessoas para tornar o modelo conhecido com seus benefícios inerentes. Conforme explicou a executiva, a própria tecnologia que propiciou a concretização da ideia facilitou a ultrapassagem das barreiras iniciais. Isso porque, utilizando de forma massificada os canais digitais e aprendendo – com os dados gerados no próprio desenvolvimento dos serviços – como atrair as pessoas, hoje já se configura em 7 milhões o número de pacientes atendidos na rede, metade deles usuários ativos. “A utilização dos serviços pelos clientes foram fornecendo insights capturadas pela tecnologia para fundamentar os próximos passos e melhorar a experiência e escalar ao mesmo tempo. Portanto, este novo momento é resultado de tudo o que viemos aprendendo nessa quase uma década de atividade.” Tudo isso empurrou a organização na direção de uma espécie de rebranding, mostrando-se ao mercado como um diferencial frente aos demais players, tornando-se um ecossistema capaz de customizar os atendimentos nas várias vertentes dentro da área da saúde. “Reposicionamos a marca, com novo design e tudo o mais, disseminando o valor de cuidado e acolhimento que resulta do uso de tecnologia e conhecimento.”

Nessa direção, ela foi indagada sobre a recente aquisição de uma startup especializada no atendimento ao público feminino, originando a Tem Bella dentro do ecossistema, e se isso significaria um processo de segmentação para acolher e customizar. Glaucia respondeu positivamente, indicando que essa forma de se posicionar de forma customizada tem um olhar também para ajudar na atenção à saúde preventiva. Algo que, no seu entender, ainda está longe de fazer parte da cultura do brasileiro. Nisso, a executiva detalhou como está caracterizado o ecossistema, com suas trilhas de customização, explicando que o caminho foi olhando para o chamado “mercado de massificados”, por meio do qual o varejo agrega serviços e benefícios que redundam em fidelização. Foi criado, então, um modelo B2B2C, que extrapola o objetivo inicial que era de dar mais acesso a consultas e exames.

Houve tempo ainda para a executiva esmiuçar os avanços no sentido de provocar os pacientes a buscar movimentos na direção da saúde preventiva. Além de mostrar outras trilhas de cuidados como o “Viva Leve”, voltado para bem-estar e saúde mental, envolvendo nutricionistas, psicólogo e preparadores físicos, o “Acolher”, para acompanhamento de pacientes com doenças crônicas, descontos nas compras de medicamentos, entre várias outras iniciativas que estão no radar para chegarem ao mercado mirando as novas gerações, oftalmologia, etc.

O vídeo, na íntegra, está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 747 lives realizadas desde março de 2020. Aproveite para também se inscrever. A Série Lives – Entrevista ClienteSA terá sequência amanhã (02), recebendo Tomaz Henrique Peeters, diretor de marketing da Sodexo On-site, que falará da inovação com geração de valor ao cliente; na quinta, será a vez de Vinicius Pessin, fundador e CEO da Eu Entrego; e, encerrando a semana, o Sextou debaterá o tema “Cobrança: A transformação da atividade passa pela inovação?”, reunindo Marcela Gaiato Martins, diretora de produtos B2C, marketing e atendimento ao cliente da Recovery, Rodrigo Zulim, diretor de soluções digitais da Paschoalotto; Fabio Magalhães, superintende de CX do Banco Bmg, e Marcos Davidiuk, head of Digital Labs da ddCom Systems.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima