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Michel Cury, diretor executivo da Rocket Lawyer Latam

A democratização do acesso à justiça pelo digital

Diretor executivo da Rocket Lawyer Latam descreve a trajetória da lawtech cuja missão é desburocratizar as questões jurídicas

De acordo com a DPU, Defensoria Pública da União, o Brasil possui um advogado para 140 brasileiros e um defensor público para cada 290 mil habitantes. Ou seja, mesmo com número de advogados, sabe-se que a imensa maioria da população brasileira e dos pequenos empreendedores não conta com o conforto de uma assessoria jurídica para suas questões legais, das mais simples às mais espinhosas. Foi justamente visando mitigar esse gap que chegou ao Brasil a lawtech americana Rocket Lawyer, com a proposta de democratizar o acesso via on-line. Por meio da assinatura de planos mensais ou anuais, os clientes contam com elaboração de documentos, assinatura digital, uma equipe de advogados para tirar dúvidas, conforme detalhou, hoje (22), Michel Cury, diretor executivo da Rocket Lawyer Latam, na 972ª edição da Série Lives – Entrevista ClienteSA.

Começando a conversa diferenciando a Rocket Lawyer da demais lawtechs, por estar focada no cliente final, Michel contou que, quando foi fundada, no Vale do Silício, em 2008, pelo advogado americano Charley Moore, este havia detectado um gap entre pessoas que tinham acesso à assessoria de advogados e uma massa enorme de outras sem qualquer condição de ter apoio nessa área. “A startup foi criada para suprir essa necessidade, pelo caminho do digital, alicerçada em três frentes. A primeira delas concentrada em modelos de documentos. São cerca de dois mil deles nos Estados Unidos e no Brasil já passam de algumas centenas. A seguir vem a assinatura digital nos documentos. E, por fim, o nosso ‘tira dúvidas jurídico’, com uma equipe de advogados para atender os clientes, que pagam por planos de assinatura mensais ou anuais.”

Conforme assegurou, a Rocket Lawyer conta com mais de 30 milhões de usuários em vários países, sendo que a operação brasileira, lançado em meados de 2022, já traz resultados expressivos, com mais de 500 mil acessos por mês na plataforma e uma carteira de clientes que passa de 200 mil, gerando até agora mais de 15 mil documentos. “Mais importante do que os serviços jurídicos que prestamos, é a forma como conseguimos inverter o funil da inovação. O mais comum é partir de uma ideia, depois entendê-la e encontrar a melhor forma de implementá-la. Já a Rocket Lawyer se encaixa mais na tendência atual da economia da experiência, na qual detectamos um problema que é bem estudado e descobrimos como encontrar a melhor solução escalável. Ou seja, na economia da experiência, primeiro se compreende bem qual é a dor do cliente e descobre como saná-la.”

Indagado sobre os principais desafios na implantação e desenvolvimento do negócio, Michel disse que foi o fato do segmento jurídico ser muito tradicional, avesso às mudanças. “Surgindo, de repente, uma solução disruptiva, com tudo feito à distância, era lógico que suscitaria desconfianças. Mas logo as pessoas veem como de fato ajuda quem estava totalmente desassistido nessa área e como é gostoso e confortável contar com segurança jurídica no dia a dia. Mais ainda os pequenos empreendedores, que poderão contar com uma assessoria sólida e eficaz nessa área.”

Uma das preocupações da Rocket Lawyer, explicou o executivo, foi eliminar ao máximo o ”juridiquês’, ou seja, uso excessivo de jargões jurídicos e termos técnicos, com os documentos elaborados com a linguagem mais clara e inteligível possível. “Por meio de passos simples, o usuário entra na plataforma e utiliza nossa ferramenta de perguntas e respostas, de tal forma que, ao final dessa jornada, ele tenha o contrato pronto. Outra preocupação nossa, foi oferecer guias legais, explicações sobre determinado documento, muito robustos, de tal forma que o usuário consiga distinguir bem o que representa especificamente cada contrato, etc.”

Houve tempo para Michel contar como foi recebida a lawtech no mercado brasileiro e dos planos de se tornar um portal desburocratizador, já oferecendo, no plano anual, serviços de registro de marca, abertura e fechamento de empresas, emissão de certificações, etc. “Ou seja, nosso grande valor e missão é democratizar, inclusive no entendimento dos termos jurídicos, dentro da experiência do cliente.” Ele ainda falou como a empresa está pautada no código de ética da OAB, de que forma o surgimento da LGPD ajudou o trabalho da lawtech e os projetos de crescimento baseados na escuta dos clientes, entre outros assuntos.

O vídeo, na íntegra, está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 971  lives realizadas desde março de 2020, em um acervo que já passa de 3 mil vídeos sobre cultura cliente. Aproveite para também se inscrever. A Série Lives – Entrevista ClienteSA encerrará a semana amanhã (23), com o Sextou, que debaterá o tema “CRM: Qual o tamanho da transformação do mercado?”, reunindo Matheus Pagani, CEO da Ploomes, Zahra Jivá, diretora de estratégia global de vendas da Pipedrive, Roberto Prado, VP de engenharia de soluções da Salesforce para AL, e Camilo Clavijo, VP de vendas da HubSpot para América Latina e Brasil.

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