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Fernando Nery, cofundador e coCEO da Portão 3

A experiência na gestão inteligente do contas a pagar

Fundador da Portão 3 descreve a estratégia da startup de se tornar uma fintech especializada na gestão de despesas corporativas

Até pouco antes da pandemia, 75% das demandas por serviços de hospedagem no País eram representadas por viagens corporativas, segundo dados do Fohb – Fórum de Hoteleiros do Brasil. Se, por um lado, isso mostra a força do turismo de negócios, por outro, chama a atenção para um desafio enfrentado pelas empresas, que é lidar com o alto nível de complexidade da gestão das despesas. Foi diante da percepção de que faltava no mercado uma plataforma digital capaz de tornar esse processo mais efetivo e fluido que nasceu a Portão 3, inicialmente uma travel tech. Entretanto, diante do imprevisível quadro surgido com a pandemia, a startup teve de se reinventar e, com base na proximidade com os clientes, operou uma rápida guinada para ser uma fintech voltada à fluidez do contas a pagar de grandes empresas. Compartilhando os desafios dessa transição que manteve a empresa em processo de crescimento, Fernando Nery, cofundador e coCEO da Portão 3, participou, hoje (27), da 860ª edição da Série Lives – Entrevista ClienteSA.

Para falar sobre a criação da empresa, Fernando voltou no tempo, mais especificamente em um período em que esteve na área de produtos da Zup Innovation, onde se especializou em viabilizar a transformação digital de grandes empresas no País, principalmente nos setor bancário e de telecomunicações. Esse trabalho demandava dele realizar inúmeras viagens corporativas. A dinâmica lhe permitiu verificar os problemas inerentes a esses compromissos corporativos, indo da variação dos preços das passagens a disparidades de organização e logística. “Portanto, enquanto usuário, minhas experiências dificilmente eram satisfatórias e percebi que, na empresa da qual fazia parte, havia grande dificuldades de gestão em relação às viagens corporativas. E isso exatamente em função das jornadas que eram oferecidas no mercado, incluindo o fato de que todas as plataformas de reserva aos viajantes estavam superadas em termos de tecnologia e serviços.”

Foi quando ele e colegas da mesma empresa notaram que a expertise utilizada na transformação digital de tantas marcas poderia ser utilizada também para revitalizar esse setor. Ao levar a sério tal análise acendeu em Fernando a veia empreendedora, fazendo nascer, no final de 2019, a Portão 3 – nome que remete ao local de embarque nos aeroportos -, com a proposta de ser uma plataforma que permitisse experiências fluidas aos viajantes corporativos. “O primeiro passo, antes mesmo de começar a desenhar o produto a ser oferecido e o  modelo de negócio, foi consultar, via questionário sobre pontos de atrito das jornadas, o maior número possível de gestores de viagens, somando a isso o conhecimento que havia acumulado como usuário durante tantos anos. Era preciso dominar as informações de todos os ângulos do processo, incluindo também o maior entendimento dos fatores implicados na gestão de recursos humanos.” Um processo que, segundo o CEO, levou quase um ano, até que, no início de 2020, a plataforma estava pronta atendendo aos primeiros clientes, explorando os vácuos do setor, desde a emissão das passagens até às reservas de hotéis e aluguel de veículos, com forte evidência de sucesso.

Entretanto, no mesmo período, veio a pandemia, fazendo com que, repentinamente, as viagens cessassem. Só que, nas palavras de Fernando, todo empreendedor tem de possuir certo grau de “loucura”, mantendo a perseverança por meio de um otimismo que esconde, no ato de não desistir, a magnitude dos desafios que serão enfrentados. “Depois de passar noites acordado construindo o sonho e este ser atravessado por algo completamente imprevisível – e mesmo conseguindo crescer paulatinamente em meio à crise sanitária global -, fui conduzido a ir mais fundo para entender todas as dores daqueles gestores financeiros. Percebemos que as viagens corporativas eram apenas uma das questões problemáticas em seu dia a dia, tendo como desafio saber, com certeza, se todos os investimentos foram controlados e devidamente alocados.”

Em resumo, tratava-se de decodificar como a área financeira conseguiria dar autonomia de gastos aos colaboradores e executivos, mas de modo que tudo fosse devidamente acompanhado e controlado. Assim, de uma travel tech, a Portão 3 passou a ser, após dois anos, uma fintech especializada em gestão de contas a pagar e despesas para grandes corporações. Ao ser indagado se essa guinada em tão pouco tempo foi graças à forte proximidade com os clientes, o executivo concordou, explicando que se tratou de uma estratégia intencional e adquirida em um estágio de aprendizado no Vale do Silício. “Foi conversando muito com nossos clientes que nos permitiu vislumbrar um universo muito maior de atuação que além de apenas as viagens corporativas.” Esse foi o mesmo caminho, segundo Fernando, que possibilitou a rápida absorção do mercado pelo produto.

Houve tempo para responder uma questão da audiência sobre as diferenças éticas no uso de cartões corporativos no Brasil e no exterior. Para ele, trata-se de uma problemática mundial, e que, no fundo, pressupõe a necessidade de se conquistar confiança mútua, tanto sobre os efetivos gastos do funcionário viajante quanto deste em relação aos reembolsos prometidos. Diante disso, ele assegurou que a Portão 3 consegue auxiliar para que esse processo seja efetivamente melhorado. O executivo ainda detalhou os futuros projetos da startup, em uma estrutura capaz de manter o cliente no centro para escalar continuamente, oferecendo uma experiência que agrega valor.

O vídeo, na íntegra, está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 859 lives realizadas desde março de 2020, em um acervo que já passa de 2,6 mil vídeos sobre cultura cliente. Aproveite para também se inscrever. A Série Lives – Entrevista ClienteSA retornará amanhã (28), recebendo Pedro Mattos, diretor-geral da Coop, que abordará a experiência como diferencial na cooperativa de consumo; na quinta, será a vez de Rodrigo de Godoy, diretor de arquitetura educacional e soluções integradas do UOL EdTech; e, encerrando a semana, o Sextou debaterá o tema  “Inovação: Como dar protagonismo ao cliente?”, reunindo Vicente Batista, diretor de produto do QuintoAndar, Daniela Klaiman, fundadora e CEO da FutureFuture, e Daniel Frankenstein, head de marketing, CRM e dados da ConectCar.

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