A IA veio revolucionar a forma como as empresas operam e ela deve ser usada para melhorar a eficiência, aumentar a produtividade, aprimorar a experiência do cliente e desenvolver novos produtos e serviços
Autor: Rafael Marangoni
O consumidor contemporâneo tem cada vez mais protagonismo em suas escolhas e informação sobre o que pretende adquirir. A possibilidade de avaliar produtos e serviços tem sido facilitada com o desenvolvimento da tecnologia. Com isso, empresas de sucesso buscam muito mais do que clientes, buscam por ‘fãs’ – ou seja, pessoas que se identifiquem e se sintam representados por essas marcas.
Outro ponto importante é que o tempo tem se tornado um recurso cada vez mais escasso, o que exige que toda a experiência do cliente seja mais fluida e rápida para garantir que a parte ‘chata’ de qualquer processo de compra, como a espera pelo produto ou o tempo em um fila, seja reduzida. Assim, o fornecedor maximiza vantagens e ganhos para o consumidor e agrega valor à sua experiência.
O ambiente em nuvem é um campo propício para que as empresas construam agilmente sistemas que transformam a vida dos seus clientes. Pensemos, por exemplo, em serviços de auto check-in – como os usados em viagens de avião e aluguel de carros. Outros exemplos são vistos no consumo de serviços de streaming, como Netflix, Disney+, e em cursos on-line, que são mais acessíveis para todos.
Já a inteligência artificial (IA) facilita a montagem de sistemas de recomendação cada vez melhores, que são usados por praticamente todas as empresas relevantes do mercado. Se antes éramos influenciados por uma mídia generalista por meio de outdoors e propagandas na TV, agora somos bombardeados em nossos celulares por uma mídia muito mais personalizada aos nossos gostos e necessidades.
Um exemplo prático: em geral, passamos muitas horas em redes sociais. Cada uma delas tem um sistema de recomendação que nos mostra propagandas de produtos e serviços diversos. Essas recomendações ficam na nossa cabeça e influenciam as nossas compras. Além disso, todos os e-commerces ou marketplaces fazem incansáveis indicações de produtos e serviços para comprarmos. Frequentemente, adquirimos algo a partir dessas intervenções. Isso, sem dúvida, tem um impacto em nossas vidas que a sociedade ainda não consegue prever.
Se no início das compras on-line o foco eram os produtos eletrônicos e não perecíveis, hoje é possível comprar praticamente qualquer coisa, incluindo bens de consumo. A disrupção de serviços, que empresas como Uber, Netflix, iFood, AirBnb e tantas outras causaram, não seria possível sem a nuvem. Cloud é o meio. São a plataforma para a construção de serviços e experiências que, de fato, podem facilitar muito a vida do consumidor final.
Por isso, entendemos que o uso de cloud e de inteligência artificial deixou de ser um diferencial e se tornou uma necessidade em um mundo cada vez mais digital e orientado por dados. Segundo o instituto de pesquisa Gartner, até 2024 60% das empresas brasileiras utilizarão IA na nuvem. Aliás, muitos serviços atrelados à inteligência artificial já estão disponíveis diretamente nas plataformas, facilitando a adoção e a execução dos projetos.
Empresas e profissionais que não adotarem a IA nos próximos anos terão impactos significativos em sua competitividade e, muito provavelmente, serão ultrapassadas. A IA veio revolucionar a forma como as empresas operam e ela deve ser usada para melhorar a eficiência, aumentar a produtividade, aprimorar a experiência do cliente e desenvolver novos produtos e serviços. Podemos dizer, com segurança, que essa tecnologia é essencial para manter-se relevante e eficiente no mercado. Porém, o que pouco se fala é do quanto o ambiente em nuvem será fundamental para tal transformação.
Quando combinamos a inteligência artificial com a computação na nuvem, passamos a usufruir de um instrumento sem parâmetros comparativos, pois o ambiente de cloud computing é elemento-chave para a implementação de projetos de IA. Certamente, esta é uma das tendências mais importantes da tecnologia. A IA é uma força transformadora que redefine a maneira como os negócios operam e interagem com seus consumidores.
Frente a esse cenário, minha recomendação é que as pessoas explorem. Permitam-se testar. Comecem a brincar com as novas tecnologias. O Chat-GPT e o Bard, por exemplo, podem ser acessados por qualquer pessoa com internet e smartphone. No final das contas, a tecnologia nunca substituirá a necessidade de pertencimento que todo ser humano tem, mas pode facilitar e muito o acesso do consumidor às marcas. E lembre-se: independentemente das ferramentas tecnológicas e das escolhas de cada um, de uma coisa podemos ter certeza: a nuvem sempre estará por trás abrindo caminhos e permitindo a chegada de algo novo.
Rafael Marangoni é fundador e diretor da unidade de negócios da BRLink.