Estudo da TransUnion detalha comportamentos de consumo das famílias em relação ao orçamento, planejamento de gastos e situação de endividamento
Quando indagadas sobre sua principal preocupação nos próximos seis meses, 34% das famílias brasileiras apontam o aumento nos gastos com itens básicos, como produtos de higiene, alimentos e combustível. A constatação faz parte do estudo Consumer Pulse Study, realizado pela TransUnion, empresa global de informações e insights, ao divulgar os resultados do referentes ao terceiro trimestre de 2022. Apesar da tendência de queda nos índices de inflação, segundo o levantamento, 46% das pessoas disseram que suas rendas não acompanharam o nível de aumento de preços observado ao longo do ano.
Poupar mais tem sido uma das principais formas de lidar com o cenário econômico do país, de acordo com a sondagem. No terceiro trimestre, 16% dos entrevistados (vs 10% no segundo trimestre) disseram que aumentaram os investimentos em fundos de aposentadoria, e 26% (vs 22%) em fundos de emergência nos últimos três meses. No terceiro trimestre, as pessoas consumidoras disseram que vão diminuir as despesas nos próximos três meses em compras em lojas físicas e online (39%); gastos facultativos como viagens, entretenimento e comer fora (43%); e grandes compras, como carros e eletrodomésticos (38%).
Já em relação às obrigações existentes, houve uma queda do último trimestre de 13 pontos percentuais entre as pessoas que esperam não conseguir pagar integralmente suas contas e empréstimos atuais (27%). Entre elas, 51% esperavam não conseguir pagar suas contas de cartão de crédito, seguido por empréstimos pessoais (35%) e contas fixas, como luz, água e gás (12%).
Acesso ao crédito
Taxas de juros mais altas parecem influenciar planos para novos créditos nos próximos 12 meses. Mais da metade dos entrevistados (67%) relataram que não pretendem contratar ofertas de refinanciamento ou novo crédito; já entre os mais jovens, aumenta a demanda por financiamentos imobiliários. “Os planos para financiar uma casa, por exemplo, aumentaram no 3º trimestre em relação ao trimestre anterior – especialmente entre consumidores mais jovens da Geração Z e Millennials. 62% dos Millennials consideraram o acesso ao crédito e produtos de empréstimo extremamente ou muito importante para conseguir atingir suas metas financeiras; em comparação com 53% da população geral”, explicou Claudio Pasqualin, vice-presidente de soluções da TransUnion Brasil.
Serviços de seguros
O acesso aos serviços de seguros foi relevante para as pessoas protegerem seus bens e garantirem serviços de saúde, se necessário. No terceiro trimestre, a quantidade de entrevistados que reportaram ter apólices de seguro ativas aumentou consideravelmente. Dentre os produtos citados, 36% reportaram possuir seguro de automóveis (comparado com 22% no segundo trimestre) e 27% seguro de vida (comparado com 16%).
Segundo Pasqualin, “uma tendência já conhecida dos bancos digitais de garantir uma experiência on-line de qualidade aos clientes, se tornou também um ponto de atenção das seguradoras, principalmente quando o público-alvo são os jovens. Para 10% dos entrevistados da Geração Z, a experiência online/digital foi decisiva na hora da compra de seguros no último ano, comparado com 6% para a população geral”.
Para 29% das pessoas que compraram seguros nos últimos 12 meses, o principal fator de decisão citado foi o preço. O nível de cobertura da apólice, no entanto, tem se destacado como fator decisivo para 26% dos entrevistados (vs 17% no segundo trimestre de 2022). Aumento das ameaças cibernéticas chama a atenção das pessoas; medo de roubo de cartão de crédito ou cobranças indevidas atinge 37% dos entrevistados
A preocupação com golpes e fraudes digitais tem chamado a atenção dos consumidores, que buscam cada vez mais alternativas para se protegerem. No terceiro trimestre, 44% relataram ter mudado de senha nos últimos 60 dias em resposta a preocupações com a segurança digital, e 19% compraram algum sistema de segurança para a Internet, como antivírus e anti-malware. Isso representa um aumento, em comparação aos 15% reportado no trimestre anterior.
De acordo com o estudo – realizado junto a 1.014 indivíduos adultos de 19 a 29 de agosto de 2022 -, apesar da porcentagem de consumidores que reportaram terem sido alvo de fraudes nos últimos três meses ter permanecido estável, a população mais velha teve a tendência oposta. No terceiro trimestre, as respostas mostraram um aumento nas tentativas de fraudes digitais entre a Geração X e Baby Boomers chegando aos patamares de 22% (vs 19% no segundo trimestre) e 24% (vs 16%), respectivamente.