Softwares de otimização aplicados ao planejamento de transporte urbano e interurbano podem representar economias entre 5% e 12% em média
Autor: Romano Garcia
O transporte de passageiros no Brasil, assim como no resto do mundo, foi severamente afetado pela pandemia, principalmente nos meses em que houve maior incidência de casos da doença. Os deslocamentos de brasileiros foram reduzidos, em alguns casos, em mais de 80% a fim de resguardar a saúde de todos. A boa notícia é que o setor de transportes está se recuperando gradativamente desta crise e, em alguns casos, está voltando aos índices de demanda pré-pandemia. E para atender a essa demanda, encontrou na tecnologia novas formas de melhorar o serviço e avançar para um transporte mais inteligente.
Durante o período, houve grandes desafios para o setor que enfrentou uma nova realidade, nunca antes vista. A mobilidade teve que lidar com novas políticas de capacidade, segurança, restrições de tráfego, entre outros. Neste contexto, a tecnologia de ponta foi grande aliada das empresas para continuarem oferecendo um serviço de transporte eficiente e seguro, afinal, não podemos esquecer que os cidadãos tiveram que continuar se deslocando para seus empregos e que, graças a eles, o país continuou com sua atividade econômica.
Assim, a partir de agora, mais do que nunca, é importante que empresas ligadas ao setor de mobilidade urbana estejam preparadas para a retomada das demandas do transporte coletivo, levando em consideração a nova realidade dos brasileiros e o aumento acelerado no número de passageiros no transporte. Diante deste cenário, é imprescindível o investimento em diversas tecnologias de veículos, que podem operar com motores a diesel, gás e elétricos, muitas vezes de forma conjugada. Já existem inclusive, companhias que adotaram a eletromobilidade em suas operações, tecnologia que permite que empresas de transporte com frotas elétricas planejem, de maneira otimizada, os diferentes tipos de ônibus, com diferentes modelos de baterias, além de gerenciar a autonomia de recarga no melhor momento, permitindo que os recursos para a operação — veículos e motoristas — sejam planejados com base nos vários tipos de produto.
É importante ressaltar que, tanto a diminuição quanto o aumento excessivo na demanda dos transportes podem causar problemas. No caso da redução, existem obstáculos em relação ao financeiro que trazem questões como a arrecadação extra para cobrir o aumento nos custos diante da perda de demanda. Já no que se refere ao aumento da demanda, é preciso estar atento a uma estrutura adequada para os passageiros, suprindo a demanda e atendendo de forma apropriada a população, principalmente no período de maior circulação, além de se pensar em soluções econômicas para a sociedade.
Essas alterações podem ser controladas, ou ao menos previstas, por meio do planejamento otimizado. Neste sentido, os softwares de otimização aplicados ao planejamento de transporte urbano e interurbano ajudam empresas e administradoras a reduzir custos que, em alguns casos, podem representar economias entre 5% e 12% em média. Assim, a rentabilidade é direta, com a possibilidade de investimento desse orçamento na melhoria de outros aspetos da empresa ou, no caso das administrações públicas, na melhoria e extensão do serviço a mais usuários, ajustando seus orçamentos.
Além disso, os impactos da implementação dessas ações podem garantir que as rotas sejam percorridas com um número menor de veículos sem perder a qualidade do serviço, permitindo que a rede ou horários sejam ampliados, melhorando a satisfação dos passageiros, e ao mesmo tempo impactando positivamente na sustentabilidade, uma vez que com número reduzido de carros em operação acontece a diminuição de poluentes emitidos por eles.
Sendo assim, é possível concluir que a vida está voltando ao normal aos poucos, porém as empresas administradoras precisam estar mais preparadas do que antes para o retorno da rotina dos usuários de transportes coletivos, investindo constantemente em medidas que facilitem o dia-a-dia da população e garantindo meios de locomoção eficazes, sustentáveis e direcionados a todos.
Romano Garcia é diretor comercial para a América Latina e diretor geral para o Brasil da Goal Systems.