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A regulamentação pode inibir a inovação com inteligência artificial?

Com a presença do CEO da Gennie e do CIO da Avivatec, ClienteSA News debate o desafio da inovação diante das leis

Existem hoje quase 50 projetos de lei no Congresso Nacional brasileiro com propostas para regulamentar o uso da inteligência artificial no País. Porém, a expectativa é que os princípios de mercado vão acabar definindo essas regras e leis, como aconteceu com a telemedicina e com o home office durante a pandemia, que se impuseram pela necessidade. Isso porque, os legisladores não têm condições de dominar um assunto tão complexo e, o que se espera, é que não privilegiem setores ou empresas, inibindo a livre aplicação de IA para os avanços necessários. Essas e muitas outras questões fizeram parte do debate, ontem (22), da 21ª edição do ClienteSA News, que teve como convidados Mário Lemos, CEO e cofundador da Gennie, e Ariel Salles, vice-presidente de tecnologia, CIO e CDO da Avivatec. Eles foram recebidos pelos cohosts Vilnor Grube, CEO da ClienteSA e VP da Aloic, Wellington Paes, fundador e CEO da Conexão Customer, e Rodrigo Tavares, vice-presidente sênior de CX da RecargaPay.

Dando a largada, Mário citou a recente regulamentação sobre IA editada pela União Europeia, mas que vem depois de uma diretiva lançada pelos Estados Unidos já há algum tempo, bem mais amena, que atacava os pontos óbvios. “Se alguém fizer deep fake, por exemplo, isso tem que ser bloqueado, para não deixar a inteligência artificial virar o que virou a rede social. Esse é o mote principal e tem uma série de regras a serem observadas. Só que a regulamentação da UE foi bem mais longe, com pontos positivos e negativos.” Na sequência, ele observou que toda regulamentação tem um custo para o governo e para as empresas e, consequentemente, é repassado para a população. E é isso o que inibe a inovação, na opinião do executivo, porque acaba limitando o mercado e a competição.

No que Welington aproveitou para perguntar se haveria mesmo uma fiscalização  proativa do órgãos de governo ou ficaria tudo na base dos processos jurídicos. Ariel respondeu que existe a possibilidade de investir em um projeto de IA, para sair na frente, e depois ver o que acontece, “ou ficar esperando as regras surgirem vendo outros evoluírem e depois tomar uma iniciativa”. Para ele, hoje existem os dois lados dessa moeda. “As maiores empresas investindo em disrupção independente do custo que venham a ter e, as menores, esperando antes de navegar na onda.” O CIO aproveitou para levantar outro ponto: quem será processado no caso de um projeto de IA questionável,  se é a Microsoft, a OpenAI, etc. “Fica a dúvida sobre quem é o responsável. Os próprios reguladores tentam encaixar uma empresa para responsabilizar, mas nem eles têm certeza do qual seria.”

Segundo Ariel, existem hoje 46 projetos de lei sobre regulamentação de IA no congresso brasileiro e as principais preocupações são sobre deep fake, manipulação de voz, reconhecimento facial, etc. “Nós é que ficamos sofrendo aqui esperando o impacto de tudo isso junto com os clientes.” O que levou Rodrigo a comentar que inovar é sempre correr e assumir riscos, lembrando do conceito de inovação – que não é invenção -, caracterizando-se como algo que traz valor percebido pelo cliente. Diante disso, ele indagou aos convidados como eles veem o risco dessa inovação gerar regulamentações contrárias para proteger determinados segmentos ou entidades.

Mário lembrou, então, do caso da regulamentação de telemedicina, sem qualquer lógica que justificasse diante dos benefícios trazidos à população. A pandemia jogou essa regulamentação por terra e não teve mais como voltar atrás no momento em que ela se expandiu. “O que prova que não adianta ir contra os princípios do mercado. Querer barrar algo que traz valor de fato faz com que acabem tendo que recuar. E, por mais que IA tenha virado um hype, duvido que os legisladores tenham condições de entender tudo a ponto de regular.”

O bate-papo seguiu animado analisando todos os pontos da questão. Mário citou um exemplo que está usando deep fake, com responsabilidade, em sua empresa para reduzir custo. Ariel recordou de outro exemplo de coisas que aconteceram e tiveram de ser reguladas depois, como o home office. Os executivos debateram ainda sobre os interesses em jogo, como se proteger contra os aproveitadores, os exemplos da LGPD e como os Estados Unidos estão lidando com essa problemática. Esses e muitos outros temas podem ser conferidos no vídeo que, na íntegra, está disponível no Youtube, no ClienteSA Play, compondo um acervo em cultura cliente que já passa de 2,8 mil vídeos.

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