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A terceira Era da indústria de software

Autor: Paulo Caputo
 
O terceiro milênio chegou e com ele uma nova Era de software que a cada dia marca mais seu espaço se mostrando viável e sustentável, e que certamente continuará ganhando mais adeptos por trazer benefícios de forma mais igualitária para os envolvidos: clientes finais, fornecedores de solução e canais de venda.
 
Atualmente podemos dizer que em termos de software, estamos nas nuvens! Sim, a terceira era é identificada pelos thin-clients (necessitando apenas de um browser de Internet) pelos dispositivos móveis como tablets e smartphones e pelo poder computacional disponível na cloud. Nesta Era não há a necessidade de investimento em aquisição de licenças de software, paga-se pela utilização, os gastos com infraestrutura tão reduzidos que chegam próximo a zero uma vez que pode se utilizar dos recursos existentes. Custos que tendiam ao infinito como serviços de implantação, customização, treinamento e capacitação? Esqueça! Nesta Era os softwares são produzidos com a premissa de serem fáceis de usar e com o intuito de atender nichos de negócios específicos.
 
Aliado a estes fatores somamos o que estamos vivenciando sobre a “consumerização” e que ajuda muito a impulsionar este modelo de negócio.
 
A consumerização é uma tendência onde novas tecnologias surgem primeiramente no mercado de consumo pessoal e através e por influência destes, seja num segundo momento introduzido nas empresas.  Basicamente consiste na utilização de softwares disponíveis na Internet para as aplicações empresariais como substituição à encomenda de soluções ao departamento de TI. O usuário testa primeiramente alguma nova tecnologia, seja em tablets, smartphones ou computadores fora do ambiente de trabalho e depois faz pressão para que sejam inseridas em suas atividades profissionais  diárias ou as utiliza diretamente mesmo sem autorização, já que estão disponíveis na rede. Neste contexto os softwares no modelo de serviço seguindo a premissa da facilidade de uso, adesão e sendo totalmente aderente a tendência crescente da questão mobilidade só tem a contribuir para o sucesso deste modelo.
 
O relatório “Sizing the Cloud” da Forrester Research aponta uma expectativa que este mercado atinja 241 bilhões de dólares em 2020 e que em 2010 chegou a 40.7 bilhões. 
 
Enquanto a maioria das empresas da indústria de software que comercializam seus produtos no modelo convencional estão tentando esquecer o ano fiscal de 2010, o maior ícone do setor de software como serviços, a empresa Sales Force só tem a comemorar.A empresa apresentou em 2010, 21% de crescimento em comparação a 2009 e atingiu 72.000 clientes ao redor do mundo.
 
Mercados como o latino americano despontam como sendo muito promissor a consumir software no modelo de serviço principalmente pelo aumento da audiência na Internet onde os prospects para este tipo de serviço se encontram. De acordo com a comScore, a América Latina foi a que mais cresceu em audiência na Internet dentre as regiões América do Norte, Europa e Ásia Pacifica, com  15% a mais em novos usuários únicos considerando dezembro 2009 a dezembro 2010.
 
Dentro do mercado latino americano, destacamos a liderança do Brasil onde 95% das empresas brasileiras tem acesso a Internet e o país conta hoje com mais de 77 milhões de usuários únicos, sendo que 40 milhões correspondem aos usuários com mais de 15 anos e que passam mais de 24 horas por mês neste ambiente. O crescimento de usuários únicos no Brasil cresceu 20% entre 2009 e 2010, superando a média da América Latina.
 
De forma geral podemos dizer que o modelo de software como serviço já superou há bastante tempo o período de testes e que o mercado já aderiu. Durante este tempo de aprendizado afirmamos que neste modelo já existem algumas regras claras: 1) Quem focou na facilidade de uso das aplicações e continua nesta linha está no caminho certo. 2) Esquecer quase tudo que aprendemos sobre canais tradicionais de venda de software e buscar canais de negócio. 3) A parte mais importante do software como serviço não é o software é o serviço. Mas não o serviço tradicional de implantação. Este, ao contrário deve ser automatizado ao máximo. O serviço que importa aqui é o suporte e este toma uma enorme proporção na estratégia. 4) Por definição os prospects estão on-line. Assim atividades on-line passam a ser core competence do marketing. 5) Especialização em detrimento à generalização.
 
Uma tendência à ser observada daqui em diante para o modelo de software como serviço é o fato de como os fornecedores conseguirão (de maneira ética e legal e que gere ainda mais benefícios para o cliente final) juntar, organizar e monetizar as informações disponíveis no ambiente cloud.
 
Um exemplo é fornecer gratuitamente o software ao usuário final desde que ele se disponha a deixar que suas informações possam servir para entender melhor seu comportamento no dia a dia e para que produtos e serviços mais direcionados e customizados sejam feitos e oferecidos a ele como indivíduo. 
 
Em um mercado onde os benefícios para as entidades participantes são visíveis, como a diminuição de riscos e custos para o cliente final, o aumento de chance de um fornecedor alcançar grande escala e penetrar mercados antes inimagináveis e abrindo espaço para novos canais de venda participarem do multibilionário mercado de tecnologia da informação, só podemos dizer que estamos nas nuvens!
 
Paulo Caputo é sócio da Sofit, empresa especializada de soluções SaaS

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