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BI para médias empresas?

Antônio Augusto

O mercado brasileiro começa a mudar. Esse negócio de que Business Intelligence (BI) é coisa de empresa grande está virando passado. O BI torna-se cada vez mais acessível e realidade entre as de médio porte em faturamento, que começam a perceber que precisam investir em tecnologia para sobreviver em um ambiente altamente competitivo. E se almejam ser grandes, têm de ter instrumentos de gestão adequados.

Mas o que é Business Intelligence? BI é, como o nome diz, Inteligência de Negócios. Ou seja, a solução de BI deve ter recursos analíticos que ofereçam informações detalhadas e precisas aos executivos, agregando conhecimento específico que permitam tomar ações e decisões de negócios que não seriam percebidas por meio dos tradicionais relatórios e planilhas.

Na prática, se o BI não tiver recursos para otimizar seus resultados através de técnicas analíticas específicas, realmente não é BI, e sim um mero cruzamento de informações dos tradicionais cubos, típicos dos anos 90, o que não agrega nenhuma inteligência de negócios aos executivos. O discurso é que a facilidade de cruzar dados trará ao executivo a flexibilidade necessária. Mas BI não é isso. Cruzar dados, manipular e gerar relatórios são conceitos das ferramentas de consulta e relatórios. Isto é, não passam de E.I.S. (Executive Information Systems), criados na década de 1980 e muito difundidos na década de 1990, mas totalmente ultrapassado nos dias de hoje.

Esse famoso “cubo mágico” é apresentado como se pudesse resolver tudo, mas não mostra os problemas que causa nos projetos, pois tem a estrutura definida em tempo de projeto. Isso significa que se o executivo mudar de idéia (porque o ambiente de negócios é extremamente dinâmico) é necessário envolver o DBA para remodelar e fazer nova carga no cubo, o que gera frustração aos executivos e altos custos para a empresa.

O Business Intelligence também fará outra coisa: reduzirá a quantidade de solicitações de relatórios para a equipe de informática, uma vez que as informações estarão disponíveis a quem mais requisita relatórios diferentes o tempo todo – o nível gerencial e estratégico. Acredita-se que 70% ou 80% do tempo de um profissional de informática seja despendido na geração desses relatórios, e depois o problema muda de lugar – na configuração dos cubos necessários para o cruzamento das informações. Tempo e dinheiro mal aproveitados, pois quando os números chegarem às mãos do solicitante, provavelmente o cenário de negócios já terá sofrido mudanças, ou a necessidade já é diferente.

Isso acontece porque, basicamente, as empresas de médio porte sofrem dos mesmos problemas de seus concorrentes de grande porte: competição acirrada, busca por redução de custos ou melhor aproveitamento dos recursos existentes na empresa, identificação dos ralos de custos, entre outros itens que compõem a moderna panacéia administrativa, que exigem recursos precisos de análises e não simples cruzamentos de dados.

Hoje, já é possível encontrar tudo isso em soluções de BI nacionais, que têm muito mais recursos analíticos que os similares internacionais, ou seja, há softwares e empresas especializadas premiadas e reconhecidas no exterior inclusive, e é claro um monte de aventureiros que fazem de tudo para aproveitar a onda. O mesmo ocorreu há alguns anos quando todas as empresas de mercado tornaram-se especialistas em CRM enquanto isso era onda e hoje são especialistas em BI. Ou seja, são especialistas em oportunismo. Entretanto, Business Intelligence é bom e pode ser barato, mas é preciso cuidado para analisar e diferenciar o que existe no mercado, para não ter frustração de um projeto mal sucedido, justamente para a diretoria da empresa, pois o barato pode sair muito caro.

Antonio Augusto é presidente da Execplan.

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