As mudanças de comportamento e hábitos dos consumidores brasileiros por conta da pandemia do Covid-19 terão impactos até mesmo após o término da crise. Pesquisa divulgada pela Accenture mostra que 71% dos entrevistados se sentem desconfortáveis para frequentar bares, eventos esportivos e shows pelos próximos dois meses. Segundo o material, desenvolvido a partir de entrevistas com brasileiros de 20 a 25 de maio, o nível de conforto em visitar locais públicos nos próximos meses permanece baixo. Apenas 13% dos entrevistados se sentem despreocupados. Esse número também é pequeno para a ida a shoppings centers e varejistas não essenciais, 22%.
“É muito importante que as empresas se planejem e estejam preparadas para servir um consumidor que seguirá em casa no médio prazo. A prioridade deve estar em ações que tenham maior impacto na confiança e que demonstrem segurança”, comenta Carlos Fan, diretor de vendas e serviços da Accenture.
A pandemia também está acelerando a mudança de hábitos das pessoas rumo a um comportamento baseado em valores e à formação de novas economias. “O levantamento mostra que 87% dos entrevistados dizem estar limitando o desperdício de alimentos, e 64% estão fazendo compras mais ecológicas, sustentáveis ou éticas”, revela Eduardo Plastino, líder da área de pesquisas da Accenture para a América Latina. Além disso, a procura por produtos e marcas locais será cada vez maior: 64% afirmam estar comprando mais produtos de origem local, e 89% deles manterão esse hábito após a pandemia. “A demanda por itens locais confiáveis e autênticos não movimenta apenas a proveniência local, mas também as parcerias entre lojas locais e o comércio tradicional, o que ajudará esses estabelecimentos a sobreviverem à pandemia”, completa Fan.
As mudanças nos hábitos darão origem a novos perfis de consumidores brasileiros:
– No Limite (29%): extremamente preocupado com a saúde, está reduzindo gastos futuros e receoso em ir a lugares públicos;
– O cauteloso (35%): prudente em voltar à sociedade e retomar as rotinas de antes, temem pelo sistema de saúde e pela economia;
– Um “eu” reinventado (21%): aproveita a oportunidade para se transformar para melhor, abraçando compras mais sustentáveis e aumentando o foco na saúde;
– À procura do velho normal (15%): indiferente à mudança, busca retornar ao mundo de antes, sem alterar os padrões de gastos após o surto.