CEO do Asaas conta de que forma a cultura customer centric favoreceu a criação da startup e a evolução dos serviços
Criar uma empresa e lançar um produto para resolver a dor sentida na própria pele e também identificada em outros empreendedores é uma caminho seguro para manter o interesse genuíno no cliente, como prova o Asaas. A startup descobriu como resolver o problema do faturamento manual ou semiautomático, com uma automação que serve tanto para o microempreendedor quanto para as grandes empresas. O software de gestão financeira foi passado por testes de aprimoramento e, hoje, consegue responder por todo o processo de emissão de nota fiscal até a cobrança por voz. Contando a trajetória da empresa, que nasceu em Joinville (SC), em 2014, Diego Contezini, cofundador e CEO do Asaas, participou, hoje (30), da 904ª edição da Série Lives – Entrevista ClienteSA.
Perguntado logo de saída sobre qual o potencial de mercado do Asaas, acrônimo para Automation of Software as a Service, ou seja, se são muitas as empresas que ainda tem uma jornada de cobrança manual e trabalhosa, Diego respondeu que é muito grande, pois quem vende tem de cobrar e essa é uma atividade que incomoda o ser humano, tendo muitas vezes que passar constrangimento, além de perder tempo que poderia ser aproveitado para a produtividade, principalmente quando se tem que cobrar 10 mil ou 100 mil clientes. “O mercado é gigante porque todas as empresas têm um processo de vender e faturar e, mesmo as que têm isso automatizado em parte, é muito pouco. Por isso, ficamos felizes quando trouxemos uma tecnologia que servia tanto para as micro, pequenas e grandes empresas. Inclusive para aquelas que utilizam pouca automação por desconhecerem o potencial dessa tecnologia, que automatiza faturamento, cobrança e recebimento, economizando tempo e gente no processo.”
Tanto que, segundo o CEO, o Asaas deve fechar o ano com 200 mil clientes em carteira, 640 colaboradores espalhados por todo território nacional, e responsável por uma dezena de milhões de cobranças mensais para os clientes. Ou seja, 20% da população brasileira já pagou um valor cobrado pelo Asaas, em uma história que começou em 2008, quando o executivo enveredou pelo empreendedorismo com uma fábrica de softwares, em Joinville (SC), chamada Informant. “Foi no processo de faturar e cobrar que sentimos muitas dificuldades, assim como percebemos o mesmo nos clientes que compravam de nós, com a mesma dor para receber por aquilo que vendiam. Foi quando criamos o Automation for Software as a Service (acrônico de Asaas) e começamos a testar o mercado como uma unidade de negócios da Informant.” O caminho que eles ensaiavam tomar, de vender esse software para startups não deu certo, mas, por outro lado, empresas começaram a procurar esse produto para emitir faturamento e efetuar cobrança automaticamente. Até que, em dezembro de 2013, atendendo um simples encanador com 200 clientes para cobrar, chegaram à conclusão que tinham que redesenhar o programa do zero até chegar no que é hoje.
Segundo Diego, o objetivo era transformar o Asaas em um drive thru da cobrança, de tal forma que qualquer empreendedor consiga utilizar. Assim, em 2014 começou a venda da ferramenta em grande volume para os pequenos empresários. Logo se percebeu que a dor era a mesma para as grandes empresas e o software foi passando por adaptações para atender também essa demanda. “Fomos criando melhorias até chegar à função de emissão de notas fiscais automaticamente. Temos clientes que passavam 10 dias só fazendo faturamento para seus milhares de clientes e hoje isso é feito pelo programa. Ele emite a NF e envia, permitindo aproveitar aquelas 10 ou 20 pessoas dessa para outras atividades.”
Explicando o quanto a empresa já nasceu focada no cliente, o executivo disse que o software acabou saindo somente com o que efetivamente precisava. Tanto que foram aperfeiçoando, acrescentado funções a partir das necessidades dos clientes, realizando testes, do tipo A/B, para os incrementos. “Graças a esses experimentos, elaborados de forma estatística e científica, junto à parte dos clientes que passavam a utilizar a nova versão, conseguimos ter certeza de que o software melhorava sempre trazendo mais resultados. E isso ao longo de 10 anos, sempre melhorando, fazendo com que tenhamos um foco genuíno no cliente, não necessitando nem que ele fale conosco, mas mensurando a jornada do mesmo, de forma matemática, sistematicamente, com base no desempenho do nosso produto.” Houve tempo para Diego detalhar como a empresa faz para que todos os times mantenham o principal valor da empresa, que é o interesse genuíno pelo cliente.
O vídeo, na íntegra, está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 903 lives realizadas desde março de 2020, em um acervo que já passa de 2,7 mil vídeos sobre cultura cliente. Aproveite para também se inscrever. A Série Lives – Entrevista ClienteSA terá sequência na quinta-feira (02), com a presença de Luciana Fortuna, CMO do CNA, que abordará a experiência de aprendizado com cliente no centro; e, encerrando a semana, o Sextou debaterá o tema “Modelo de assinatura: O desafio da experiência com recorrência”, reunindo Simone Caracante, diretora de marketing e vendas da Volkswagen Financial Services Brasil, Emerson Jerônimo César, diretor de CX da RDC Viagens, e Stephanie Peart, head da Leapfone.