Em 2019, o consumo das famílias brasileiras continuará não só em crescimento, como também deverá impulsionar o PIB do País. Na contramão das últimas expectativas, a economia tem potencial para movimentar cerca de R$ 4,7 trilhões, sendo responsável por 64,8% da somatória de bens e serviços deste ano. A previsão, baseada no índice de inflação IPCA de 3,89%, é do estudo IPC Maps 2019, especializado no cálculo de índices de potencial de consumo nacional, com base em dados oficiais. Ainda segundo o levantamento, as capitais perderão espaço no consumo (de 29,6% em 2018 para 28,9% este ano) e, em contrapartida, o interior dos estados voltará a dar sinais de recuperação, elevando de 54% para 54,4% a movimentação de recursos neste ano.
Embora com presença reduzida em quantidade de domicílios, a classe B continua puxando o cenário de consumo: representa 20,97% dos domicílios e encabeça o ranking com 38,41% (cerca de R$ 1,67 trilhão) dos recursos que serão gastos pelos brasileiros em 2019. Cada vez mais próxima, a classe C aparece com 37,5% (cerca de R$ 1,63 trilhão) dos desembolsos, representando 48,08% das residências. No topo da pirâmide, a classe alta (A), com 2,45% dos domicílios, aumenta seus gastos para 13,68% (R$ 595,2 bilhões) neste ano, ante 13,4% em 2018; bem como a classe D/E que, de 9,6% sobe para 10,41% (R$ 452,9 bilhões) neste ano, representando 28,5% dos domicílios. Na área rural, essa movimentação terá uma evolução significativa: de R$ 304,8 bilhões em 2018, passará a R$ 335,9 bilhões em 2019.
A participação regional sofreu pequenos ajustes, mantendo as mesmas posições do ano anterior. A liderança do consumo permanece com o Sudeste, com 48,89%, seguido pelo Nordeste, com 18,82%. A região Sul, que em 2018 tinha aumentado sua fatia para 18,07%, volta a cair para 17,82%, assim como o Centro-Oeste, que de 8,51% retrai para 8,21%. O reflexo na região Norte, por sua vez, é de 6,25%, contra 5,89% de participação em 2018.
O desempenho dos 50 maiores municípios brasileiros, embora continue em ligeira queda, equivale a 39,43%, ou R$ 1,848 trilhão de tudo o que é consumido no território nacional. No ranking dos municípios, os maiores mercados permanecem sendo, em ordem decrescente, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, que subiu uma posição e ultrapassou Brasília, seguidos por Salvador, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre e Manaus, que recuperou o 9º lugar, derrubando Goiânia para o 10º. Cidades interioranas como, Campinas, Guarulhos, Ribeirão Preto, São Bernardo do Campo e São José dos Campos (SP), São Gonçalo e Niterói (RJ), Joinville (SC), Uberlândia (MG) e Caxias do Sul (RS), entre outras, também ganham destaque nessa seleção.
Além de traçar um comparativo por classes sociais, o estudo também revela onde os consumidores gastam sua renda. Nesse quesito, o cenário continua praticamente igual ao do ano passado, com os seguintes itens básicos no topo da lista: manutenção do lar (incluindo aluguéis, impostos, luz, água e gás) – 26,8%; alimentação (no domicílio e fora) – 17,3%; transportes e veículo próprio – 7,4%; medicamentos e saúde – 6%; vestuário e calçados – 4,8%; materiais de construção – 4,3%; recreação, cultura e viagens – 3,2%; eletrodomésticos e equipamentos – 2,4%; educação e higiene pessoal – 2,2% cada; móveis e artigos do lar – 1,9%; bebidas – 1,3%; artigos de limpeza – 0,7%; e fumo – 0,6%.