Autor: Rafael Pereira
A oferta do novo mundo, vivenciado no plano virtual, chega à forma de menus individualizados. Esse recente modo de viver se deve à descoberta em torno dos dados – a nova moeda de troca, de valor, de poder. Nessa nova era, somos todos movidos por informações geradas e armazenadas em uma rede super conectada. Nela, não há quem não negocie, monetize ou simplesmente troque nesse mercado de valores. E quem está criando essa nova moeda corrente?
Cada vez mais, todo tipo de equipamento passa a ter a capacidade de gerar dados para alimentar uma rede mais complexa e potencialmente valiosa em informações, que requer sistemas ainda mais eficientes de identificação e de controle desses dados. A explosão de dados e do Big Data Analytics, os grandes conversores dessas informações em valores úteis às pessoas e às corporações e, indubitavelmente, a potência das redes sociais e do social business, com capacidade quase imensurável de alimentar instantaneamente toda a infraestrutura de TI e Telecom, são responsáveis por esse novo modelo de vida e de inter-relações entre pessoas e negócios.
Para os negócios, o Big Data é essencial e gera vantagem competitiva, porque impulsiona oportunidades para a inovação com novos modelos, novas ofertas de produtos e monetização de dados para empresas externas. O uso da experimentação de dados pressiona as empresas a analisar com inteligência as informações para seus negócios e tomar decisões mais assertivas por meio de ferramentas analíticas. Há pesquisas que apontam que organizações que investem em Big Data alcançam taxas de crescimento de receita de mais de 50% do que aquelas que não investem.
Na medicina, pesquisadores e empreendedores apostam na mineração de dados como resposta para incontáveis perguntas e cura para inumeráveis doenças. Os wearables (objetos para vestir), como smartwatches (relógios inteligentes) e pulseiras fitness inteligentes, já dão uma ideia do que será possível com a coleta e o armazenamento de dados, que já estão gerando uma espécie de onipresença médica com pronto atendimento. O alcance da utilização de dados extrapola a imaginação e também alcança as áreas mais tradicionais das empresas, como a de Recursos Humanos. Pressionadas, as empresas de recrutamento começam a usar cada vez mais tecnologia em ferramentas digitais em seus processos de seleção. E redes de social business já se posicionaram no mercado como fontes geradoras de dados de inúmeros profissionais.
Para o cidadão comum, a manifestação virtual por meio das redes sociais dá a dimensão desse universo baseado nos dados: os likes do Facebook, quantos seguidores agregados, quantos amigos adicionados ou ainda quantas visualizações um post, uma foto ou um vídeo atingiu em suas redes sociais, são métricas da popularidade e aceitação tão desejada por cada indivíduo. E nesse universo, cada vez mais serviços chegam para atendê-lo. No que diz respeito às finanças pessoais, por exemplo, novas empresas com plataformas inteligentes apresentam inovação por meio de tecnologias de ponta e Big Data, tornando os processos de cadastro, análise de risco, contratação e aprovação de serviços mais rápidos, práticos, sem burocracia e com muita segurança. Com mais informações disponíveis para análise, tendem a reduzir custos e a melhorar a qualidade dos serviços financeiros, além da capacidade de criação de produtos customizados para cada perfil de cliente.
A era dos dados, da informação e do conhecimento, nos traz promessas que deverão refletir a favor do indivíduo no relacionamento com empresas, bem como com a sociedade como um todo. No momento, ela já trouxe um novo mundo com mais curas para enfermos, ampliação de horizontes, simulações para o futuro e mudanças do presente. De uma forma democrática, embora quase imposta, todos fazemos parte dessa grande revolução.
Rafael Pereira é diretor executivo da Enova no Brasil.