O investimento em inteligência artificial aplicada à saúde demonstra um forte compromisso com a melhoria contínua da qualidade do atendimento ao paciente
Autor: Mauren Souza
A transformação digital no segmento é um fenômeno global que está redefinindo a maneira como cuidamos de nossa saúde e bem-estar. Devices que auxiliam diabéticos no monitoramento dos níveis de glicose, enviando dados diretamente ao médico, são um exemplo claro. Outro tipo de devices mapeia a performance de equipamentos essenciais, como bombas de oxigênio e desfibriladores, cuja eficácia depende de precisão contínua.
O termo “devices” se refere a dispositivos eletrônicos utilizados para realizar tarefas específicas, como comunicação, processamento de dados ou interação com o usuário. Esses aparelhos são projetados para facilitar várias atividades cotidianas, desde o acesso à internet até a execução de aplicativos específicos.
Essa precisão é uma das grandes vantagens da aplicação de tecnologia na saúde, já que a dosagem correta é tão importante quanto o tratamento em si. Informações específicas, personalizadas e eficazes são vitais e podem salvar vidas.
No Brasil, o crescimento no uso de dispositivos digitais em estabelecimentos de saúde é um reflexo dessa tendência mundial. A capacidade de agendar consultas, marcar exames e acessar prontuários eletrônicos pela internet não apenas otimiza o tempo dos profissionais de saúde e pacientes, mas também aumenta a acessibilidade e a eficiência dos serviços prestados ao cliente.
Em 2024, o uso de devices na saúde continua a crescer, refletindo a transformação digital no setor. De acordo com a pesquisa TIC Saúde 2024, realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), a adoção de tecnologias digitais em estabelecimentos de saúde aumentou consideravelmente.
O uso de tablets em Unidades Básicas de Saúde (UBS) cresceu, passando de 29% em 2019 para 59% em 2023. A pesquisa destaca ainda que 79% dos líderes de saúde no Brasil investem em, pelo menos, uma tecnologia de inteligência artificial, superando a média global de 59%.
O investimento em inteligência artificial aplicada à saúde demonstra um forte compromisso com a inovação e a melhoria contínua da qualidade do atendimento ao paciente. Essas ferramentas tecnológicas facilitam a análise de grandes volumes de dados, permitindo diagnósticos mais precisos, tratamentos personalizados e, em última instância, uma prevenção de doenças mais eficaz.
Um exemplo da adesão do segmento às novas tecnologias é a adoção do totem de telemedicina incorporado à inteligência artificial para a triagem e classificação de risco no acolhimento do paciente. A inovação busca reduzir a fila de espera nas unidades de saúde e ampliar o volume de informações sobre os sintomas do paciente, permitindo um diagnóstico mais rápido e eficaz.
Os totens de telemedicina foram projetados para integrar o mundo digital com as estruturas físicas, um conceito conhecido como phygital. Instituições de saúde que oferecem consultas remotas e presenciais encontram na ferramenta um sistema intermediário que oferece autonomia ao usuário e distribui dados para a equipe médica e de enfermagem. Assim, a jornada do paciente torna-se ainda mais completa e acolhedora, mostrando que a tecnologia pode, de fato, transformar a saúde e salvar vidas.
Superar obstáculos
A implementação de devices na saúde enfrenta diversos desafios. Entre eles, ressalta a necessidade dos devices se integrarem perfeitamente com os sistemas de gestão das organizações já existentes. A falta de interoperabilidade pode dificultar a troca de informações entre diferentes plataformas e dispositivos.
Outro desafio significativo é a adoção de novas tecnologias. A falta de treinamento adequado e a abertura em aceitar mudanças são barreiras que exigem atenção cuidadosa dos gestores. Para superar essas dificuldades, é essencial investir em programas de capacitação contínua e promover uma cultura organizacional que valorize a inovação e a adaptação. Somente assim será possível integrar efetivamente as novas tecnologias e melhorar a qualidade do atendimento aos pacientes.
Esses desafios destacam a complexidade da implementação de devices de saúde, mas também apontam para as oportunidades de inovação e melhoria contínua no setor.
Mauren Souza é CEO e cofundador da Doutor Ao Vivo.