O panorama é extremamente promissor para produtos e serviços criativos, mas será que há mão de obra qualificada suficiente para atender à demanda?
Autor: Luiz Alexandre Castanha
A economia criativa no Brasil está em ascensão, impulsionada por diversos fatores como o aumento da demanda por produtos e serviços criativos, popularização da transformação digital e a globalização. Em 2022, representou 2,6% do PIB nacional, e as projeções indicam um crescimento para 3,5% em 2023, segundo dados do Observatório da Indústria (ONI).
Esse setor não apenas contribui significativamente para a economia, tendo gerado 4,9 milhões de empregos apenas em 2022, como também promete ser uma fonte de novas oportunidades. São cerca de 10,4 milhões de trabalhadores, de acordo com o Ministério da Economia, o que representa 8,5% da força de trabalho brasileira.
As profissões que despontarão na economia criativa brasileira estão ligadas à tecnologia, comunicação, marketing, design e cultura. Desenvolvedores de software, especialistas em inteligência artificial, analistas de marketing digital, redatores criativos, social media managers e designers gráficos, entre outros, serão peças-chave nesse cenário em constante evolução.
É um panorama extremamente promissor! Mas será que há mão de obra qualificada suficiente para atender à demanda? A resposta é não. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Centro de Estudos da Indústria Criativa (CEINC), cerca de 75% das empresas criativas brasileiras enfrentam dificuldades para encontrar profissionais qualificados.
Precisamos reconhecer a importância da capacitação profissional para atender à crescente demanda. Muitos jovens e adultos, independente da faixa etária, precisam adquirir as habilidades necessárias para se destacarem em um mercado em expansão, que também é impulsionado pelo mindset criativo.
Esse tipo de mindset desempenha um papel fundamental na economia criativa, pois impulsiona a inovação, a resolução de problemas e o desenvolvimento de novas ideias, produtos e serviços. Por exemplo, uma rendeira que passa a criar, além dos bordados e das peças de roupas, outros produtos para vender e aumentar a sua renda.
E é nesse contexto que o ensino a distância surge como uma peça fundamental. A dinâmica do mercado criativo exige habilidades específicas, muitas das quais podem ser adquiridas e aprimoradas por meio de plataformas online. E essa estratégia já se confirmou eficaz. Ao utilizar recursos digitais é possível proporcionar flexibilidade, permitindo o ajuste dos novos conhecimentos aprendidos à rotina. Além disso, a modalidade facilita o acesso a conteúdos de alta qualidade, muitas vezes ministrados por profissionais renomados do setor.
Além da flexibilidade, a aprendizagem digital elimina barreiras geográficas. Jovens e idosos, independentemente de sua localização, podem acessar cursos e conteúdos de alta qualidade, conectando-se com colegas de todo o país. Isso não apenas enriquece a diversidade de perspectivas, mas também cria uma rede que impulsiona o desenvolvimento profissional.
A falta de mão de obra qualificada para a economia criativa é um problema que precisa ser enfrentado. O governo, as empresas e as instituições de ensino precisam trabalhar juntos para desenvolver programas de capacitação que possam preparar os profissionais para atuar nesse setor.
O Brasil, ao investir na capacitação por meio do ensino a distância, não apenas impulsiona sua economia criativa, mas também democratiza o acesso a oportunidades que levem ao mindset criativo.
O ensino a distância não é apenas uma opção, é uma necessidade urgente para garantir que o nosso país esteja preparado para os desafios e as oportunidades do futuro na economia criativa.
A modalidade contribui para a construção de uma força de trabalho mais ágil e adaptável! E, diante das rápidas mudanças tecnológicas e das demandas do mercado, a capacidade de aprender continuamente é uma vantagem competitiva. Vale muito a pena pensar sobre o assunto!
Luiz Alexandre Castanha é CEO da NextGen Learning e coautor do livro “Olhares para os Sistemas”.