Empresa também precisa de pesquisa

O período de eleições é sempre um ótimo momento para se discutir a importância das pesquisas dentro das organizações. Afinal, nada melhor do que uma referência comparativa para tornar evidente a sua influência como ferramenta de decisão na gestão e na política.

No caso das empresas, um exemplo clássico de pesquisa de opinião são os “estudos de clima”, de eficácia consagrada quando empresários e executivos procuram saber ou desvendar expectativas, aspirações e motivações de seus funcionários.

No entanto, é inegável a velocidade com que as mudanças têm transformado o cotidiano organizacional. Seja por conta das pressões externas e/ou dos ajustes partindo de dentro, o cenário de atuação dos agentes organizacionais está em permanente modificação. Exige outras competências comportamentais, postula outros modelos mentais de permanência e de vínculo com a empresa. Muito se fez, se reconstruiu, se remodelou a partir dessas pressões.

A constante transformação do cotidiano organizacional fez também com que se desenvolvessem outras modalidades de pesquisa, tornando disponível aos gestores informações levantadas rapidamente, de forma precisa e a baixo custo. Entre elas, podemos destacar:

– Avaliação de serviços: de terceiros, atendimento ao cliente, áreas prestadoras de serviços internos (TI, RH, finanças, etc.) e especiais de fornecedores.

– Avaliação de programas: alcance social da empresa (impactos e percepção da comunidade), qualidade, ISO, comunicação (interna e externa).

– Avaliação de implantação de projetos (antes, durante e depois) – ERP, CRM, Balanced Score Card, planejamento estratégico, mudanças organizacionais, entre outros.

– Índices de satisfação (de usuários internos e externos, de funcionários, de clima e ambiente de trabalho).

– Avaliação da imagem interna (corporativa) e externa (social).

– “Fotografia” do momento da integração das empresas em fusões, aquisições e parcerias estratégicas.

– Mapeamento da diversidade social (Censo demográfico e psicográfico).

– Levantamento de estilos e cultura gerenciais (valores que presidem as relações, estilos de atuação e perfis gerenciais predominantes).

– Levantamento de características culturais (da empresa ou de áreas específicas).

Estas são ferramentas que demonstram na prática alto índice de exatidão e eficácia, porque podem, inclusive, combinar pesquisas quantitativas e qualitativas. Enquanto a pesquisa quantitativa dá consistência estatística aos dados levantados, as qualitativas investigam em profundidade os “porquês” das respostas estatisticamente relevantes.

Cabe ao estudo qualitativo (feito principalmente por meio de grupos de discussão e/ou entrevistas em profundidade) sondar, sem intermediação, as verdadeiras opiniões dos funcionários, o que possibilita sugerir ações/decisões mais adequadas e precisas nas mais diversas necessidades da organização.

As pesquisas não apóiam somente os gestores da empresa. Os resultados (em forma de devolutiva), discutidos com os próprios funcionários, já se constituem na primeira etapa de intervenção em direção à melhoria, à mudança, com maior comprometimento de todos.

Os exemplos poderiam continuar, mas são suficientes para se perceber que o instrumento de pesquisa evoluiu muito no sentido de buscar foco em temas específicos da empresa, e ser uma fonte de informações essencial para aumentar a sintonia entre as aspirações e expectativas dos públicos (internos e externos) com as ações e decisões de gestão.

Luis Felipe Cortoni é sócio da LCZ Consultoria – Desenvolvimento de Pessoas e Organizações.

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