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Marcelo Vitoriano, CEO da Specialisterne Brasil

Estratégias para implementar diversidade e inclusão nas empresas

Uma cultura inclusiva beneficia todos os colaboradores e cria um ambiente de trabalho mais harmonioso e produtivo

Autor: Marcelo Vitoriano

Incluir autistas no ambiente de trabalho vai além de uma simples questão de responsabilidade social; é uma chance de aproveitar talentos únicos e diversificados que podem enriquecer qualquer equipe. Contudo, transformar essa ideia em realidade demanda mais do que intenções nobres – exige planejamento cuidadoso, conhecimento específico e ações concretas.

Embora o Brasil não tenha dados precisos sobre o número exato de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que existam mais de 2 milhões de autistas no país.

Entretanto, esse número pode ser muito maior que isso, pois de acordo com os estudos publicados em março de 2023 pelo CDC – Centro de Controle de Doenças e Prevenção do governo dos Estados Unidos, a cada 36 crianças que nascem uma é diagnosticada com autismo.

Ainda não temos dados em relação ao número de profissionais autistas trabalhando no Brasil, entretanto, alguns estudos apontam que cerca de 82% das pessoas autistas estão desempregadas. Essa realidade persiste em parte porque muitas empresas ainda hesitam em contratar pessoas com deficiência, temendo desafios relacionados à adaptação e integração no ambiente de trabalho.

No entanto, é crucial ressaltar que a inclusão de autistas é amparada pela legislação brasileira. A Lei 8.213/91, conhecida como lei de cotas, estabelece em seu artigo 93 que empresas com 100 ou mais funcionários devem reservar uma porcentagem de suas vagas para pessoas com deficiência. Superar as barreiras do receio e da falta de conhecimento é fundamental para criar um ambiente de trabalho mais inclusivo e diversificado, que não só atende às exigências legais, mas também valoriza as contribuições únicas de cada indivíduo

Separei sete dicas para que as empresas saiam da teoria e coloquem a diversidade, equidade e inclusão em prática:

Eduque seus colaboradores

O primeiro passo para qualquer mudança significativa é a educação. É crucial que todos os níveis da empresa, desde a alta administração até os funcionários de base, compreendam o que é o autismo. Realize treinamentos e workshops para desmistificar o autismo e esclarecer dúvidas. Sensibilize a equipe sobre a importância da inclusão e como pequenas adaptações podem fazer uma grande diferença no ambiente de trabalho.

Avalie o ambiente de trabalho

Antes de iniciar a contratação de pessoas autistas, é necessário avaliar o ambiente de trabalho. O espaço físico é acessível e adequado? Há ruídos excessivos ou iluminação intensa que possam ser desconfortáveis para autistas? Considere fazer adaptações sensoriais no ambiente, como criar áreas de descanso silenciosas e utilizar iluminação ajustável. Um ambiente acolhedor e adaptado é essencial para garantir o bem-estar e a produtividade dos funcionários autistas.

Revise as políticas de recrutamento e seleção

Os processos de recrutamento e seleção precisam ser inclusivos desde o início. Revise as descrições de cargos para garantir que sejam claras e acessíveis. Durante as entrevistas, ofereça opções de adaptações, como entrevistas por escrito ou entrevistas em ambientes tranquilos. Esteja preparado para valorizar as habilidades e experiências únicas dos candidatos autistas, ao invés de focar apenas nas habilidades sociais tradicionais.

Crie programas de mentoria

A transição para um novo emprego pode ser desafiadora para qualquer pessoa e para autistas, essa transição pode ser ainda mais complexa. Implementar programas de mentoria pode ser extremamente benéfico. Mentores treinados podem oferecer suporte contínuo, ajudar na adaptação ao ambiente de trabalho e servir como pontos de contato confiáveis. A mentoria não só facilita a integração, como também promove um ambiente de apoio e compreensão.

Tenha comunicação clara e adaptável

A comunicação é uma área onde a inclusão de autistas pode ser significativamente aprimorada. Utilize uma comunicação clara e direta, evitando ambiguidades. Ofereça diferentes formas de comunicação, como e-mails detalhados ou ferramentas de mensagens instantâneas. Esteja atento ao feedback dos funcionários autistas sobre suas preferências de comunicação e esteja disposto a adaptar-se conforme necessário.

Promova uma cultura inclusiva

A inclusão de autistas não deve ser vista como uma iniciativa isolada, mas sim como parte integrante da cultura da empresa. Promova a inclusão em todos os aspectos do ambiente de trabalho. Celebre a diversidade, encoraje a empatia e o respeito, e crie espaços para discussões abertas sobre inclusão e neurodiversidade. Uma cultura inclusiva beneficia todos os colaboradores e cria um ambiente de trabalho mais harmonioso e produtivo.

Monitore e faça melhorias

Por fim, é fundamental que a empresa monitore continuamente o progresso de suas iniciativas de inclusão. Recolha feedback regularmente dos funcionários autistas e de toda a equipe. Esteja aberto a realizar ajustes e melhorias nas políticas e práticas de importante para o sucesso a longo prazo.

Marcelo Vitoriano é CEO da Specialisterne Brasil.

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