Autor: Marcus Edrisse
Como um serviço ganha novo fôlego e consegue se destacar entre as ofertas que mais crescem? A resposta está na reinvenção da própria atuação no mercado. Foi exatamente o que aconteceu com o datacenter, que antes era considerado apenas um simples armazenador de dados, e hoje se tornou a aposta das empresas que buscam ganhar competitividade.
Como resultado, a procura por datacenters, que registrou movimentos lentos em 2001, 2002 e 2003, cresceu expressivos 26% no ano passado, segundo dados do IDC. Mais que isso, o relatório State of the datacenter Research, recém-divulgado pela Symantec Corporation, aponta que as grandes corporações do mundo, da lista Global 2000 da Forbes, gastam mais de US$ 6,6 bilhões anualmente para gerenciar a complexidade dos seus centros de dados.
A evolução desse cenário foi resultado direto da transferência da gestão. No início da disseminação dessa oferta, as empresas que alocavam dados em um datacenter, também eram responsáveis pela administração dos mesmos. Cabia à fornecedora de soluções, apenas a manutenção física da estrutura. Hoje, o cenário é outro. Os fornecedores tornaram-se aliados das integradoras de TI, que por sua vez assumiram a gestão dos recursos nele instalados. Ou seja, houve a transição do modelo de um simples repositório para um portfólio de serviços, que pode chegar à gestão completa.
Esta mudança de patamar foi impulsionada pela combinação de dois fatores fundamentais: o amadurecimento do mercado e a oferta mais robusta e completa de datacenter. Temos primeiramente a mudança de posicionamento das empresas, que abre espaço para as práticas de terceirização de TI (outsourcing) e aos diversos benefícios agregados a ela. Aliado a isso, um incremento tecnológico, que permite, por exemplo, mais velocidade e alta disponibilidade dos dados.
Informações do IDC indicam que este novo formato já é tendência consagrada. Em 2006, o mercado registrou um avanço da ordem de 24,4%. Bem acima do mercado de serviços, que cresceu 15,9%. Só na América Latina, em 2006, o segmento de outsourcing de TI movimentou US$ 1,7 bilhão, liderado pelos movimentos desse segmento no Brasil.
É fácil perceber que abrir espaço para o outsourcing da infra-estrutura possibilita redução considerável do custo da operação. Entre os principais ganhos desse modelo, podemos apontar o aumento da confiabilidade, à medida que fica possível garantir um grau de integridade que, isoladamente, seria mais difícil para qualquer organização assumir. Além disso, há possibilidade de contratação de profissionais altamente especializados, cujo alto custo salarial é dividido entre outros projetos. O resultado é a redução da ociosidade e também da despesa para o contratante.
Fica reservado aos provedores de datacenter, na maioria das vezes aliados às integradoras de TI, o cuidado de avaliar de perto o crescimento acelerado da demanda pelo serviço e suas especificidades. Este olhar clínico permite que sejam apresentadas ao mercado, soluções robustas, inovadoras e fragmentadas que oferecem agilidade, qualidade dos serviços e diminuição dos gastos em TI. O retorno? Garantia de posição de destaque no mercado. Fatores tão desejados pelas companhias estabelecem uma relação direta com elementos imperativos no ambiente corporativo a exemplo de faturamento, produtividade, reputação e credibilidade.
Neste novo paradigma, as empresas que transferem sua tecnologia para os datacenters e buscam mais que apenas segurança, investem no aprimoramento dos processos, que inevitavelmente levam ao incremento de desempenho e trazem facilidades para seus usuários. Fica então evidente que os investimentos em outsourcing de datacenter, geram ganhos expressivos com lucratividade e produtividade. Os esforços ficam exclusivos às suas atividades e às equipes internas, liberadas para ações estratégicas e novos negócios.
Marcus Edrisse é diretor da vertical telecomunicações da B2Br.