Estudo realizado pela Bare International indica que o isolamento social e outras características trazidas pela pandemia levaram a uma elevação natural nos gastos das pessoas com o uso do streaming. Apesar de ser um fenômeno registrado em todo o mundo, os brasileiros experimentaram esta mudança de comportamento de consumo com maior intensidade. Ao longo deste ano, de acordo com a sondagem, enquanto 47,7% dos residentes em outros países assumiram ter aumentado seus gastos com entretenimento e serviços baseados nesta tecnologia, no Brasil esse crescimento alcançou a casa dos 61,6% dos entrevistados.
Conforme dados acrescentados pela gerente geral da Bare Brasil, Tânia Alves, em relação ao ano passado, a média global de crescimento nos gastos subiu dois pontos percentuais, passando de 45,7 para 47, 7%. Já no território nacional o aumento foi de 4,5 pontos, saltando de 57,1% para 61,6%. O levantamento intitulado “Como a experiência do cliente mudou nos tempos de COVID”, questionou aos participantes sobre como os seus gastos mudaram com a pandemia em 10 segmentos: educação, vestuário, seguro, bebida, saúde (incluindo suplementos), cosméticos, eletrônicos, bem-estar, alimentação e entretenimento online. Somente 13,54% dos entrevistados afirmaram terem reduzido os gastos com o produto. “Uma das explicações para este destaque obtido pelos brasileiros no tema talvez seja o fato de as condições impostas pela pandemia terem coincidido com o lançamento de uma grande variedade de novos produtos e serviços de streaming no país no período”, analisou a executiva.
O americano Kevin Porter, criador e um dos sócios da plataforma de streaming Fluenflix, por exemplo, concorda com a tese de que outros fatores também colaboraram para o crescimento dos gastos dos brasileiros com a tecnologia neste ano. “No nosso caso, por exemplo, com o avanço da vacinação nos EUA e na Europa, as pessoas estão começando a vislumbrar a possibilidade de voltar a viajar para o exterior. Em função disso, temos notado um aumento significativo da procura dos nossos serviços para acelerar a fluência no idioma inglês”, diz.
Com relação à educação internacional, a pesquisa da Bare detectou um aumento de 29% para 31,1% na média global. Já no caso do Brasil, o movimento de alta neste quesito foi ainda maior, saltando de 25,5% para 30,8%. O estudo escutou 2.370 pessoas em todos os continentes em 2021 e 1.333 em 2020.