Com muita estratégia e algumas iniciativas, quem souber integrar o Pix de forma eficiente ao processo de checkout certamente irá se destacar
Autor: Filipe Salles
O Pix está se consolidando como o principal meio de pagamento dos brasileiros. O sistema de transferências instantâneas do Banco Central bateu novo recorde diário de transações e alcançou o total de 124,3 milhões de operações em abril. O sucesso é tanto que a Febraban – Federação Brasileira de Bancos anunciou, recentemente, que instituições financeiras ligadas à entidade irão deixar de oferecer as transferências via DOC e TED para pessoas físicas e jurídicas até 29 de fevereiro de 2024.
O sistema tem gerado inúmeros benefícios também para o e-commerce brasileiro, assumindo a posição de segunda maior modalidade de pagamento no setor e mostrando-se fundamental para seu crescimento, o que, por sua vez, abre novas oportunidades de negócios para o e-commerce ao atender uma base maior de clientes. A pesquisa CX Trends 2023 evidencia a preferência dos consumidores pelo meio de pagamento instantâneo e mostra que 66% dos entrevistados pretendiam usar o Pix em 2022, e 3 em cada 4 consumidores já utilizaram o método de pagamento para compras on-line.
Recentemente, o Banco Central anunciou melhorias em duas funcionalidades do Pix, visando aumentar a segurança. A partir de 5 de novembro, será possível utilizar a notificação de infração e a consulta de informações relacionadas às chaves Pix para fins de análise antifraude. Essas medidas têm como objetivo possibilitar a marcação de chaves e usuários suspeitos de fraude, indicando razões como golpe, estelionato, invasão de conta e coação. Além disso, a consulta para análise antifraude proporcionará às instituições financeiras acesso a um maior volume de informações, abrangendo um período mais extenso.
Diante desse cenário, é crucial compreender o impacto desse crescimento para que os e-commerces possam se adaptar e oferecer mais essa opção aos clientes e garantir uma experiência de compra segura e eficiente. Varejistas e profissionais do mercado acreditam que o Pix pode aumentar o número de vendas nas lojas virtuais e reduzir o abandono do carrinho de compras, por exemplo. No entanto, sua integração com outras soluções de pagamento existentes nas plataformas de e-commerce, pode representar um desafio técnico que requer atenção durante a implementação.
Benefícios do Pix para os e-commerces
Os benefícios mais evidentes são velocidade, segurança e confirmação instantânea dos pagamentos, que aumenta a confiança do consumidor em compras on-line e tende a impulsionar as vendas do e-commerce. Além disso, o Pix oferece taxas de transação mais baixas quando comparado a outros meios de pagamento, como cartão de crédito e boleto bancário. Dessa forma, os lojistas conseguem economizar e diminuir o preço dos produtos, tornando-os mais competitivos no mercado. Destaco, a seguir, outras vantagens do sistema de pagamento para e-commerces:
Agilidade
Uma das principais vantagens do Pix para os lojistas é a agilidade na realização dos pagamentos. As transações são realizadas em tempo real, e isso significa que os lojistas podem receber o pagamento imediatamente após a confirmação do pedido. Isso pode ajudar a acelerar o processo de compra e evitar o abandono de carrinho.
Redução de custos
O Pix é uma opção de pagamento mais econômica se comparada ao cartão de crédito, por exemplo. Isso pode representar uma redução significativa nos custos do e-commerce, especialmente para lojistas que trabalham com margens de lucro menores.
Facilidade de uso
Também é uma forma de pagamento muito fácil de usar, o que pode e aumentar a conversão de vendas. Além disso, sua integração ao processo de checkout do e-commerce é simples e descomplicada.
Maior segurança
É uma opção segura, que utiliza criptografia de ponta a ponta e autenticação do usuário, o que pode reduzir a incidência de fraudes e chargebacks.
Desafios do Pix para e-commerce
No entanto, como acontece com qualquer mudança tecnológica, há desafios para os lojistas que desejam implementar o Pix em suas plataformas que incluem desde a adaptação tecnológica até a mudança cultural, que envolve educar e conscientizar os consumidores sobre a nova forma de pagamento. Por isso, os lojistas que desejam disponibilizar o pagamento via Pix precisam atualizar seus sistemas e plataformas de e-commerce para integrá-lo. Entre os principais desafios, podemos citar:
Integração
Um dos maiores desafios do Pix é a falta de conhecimento sobre a forma de pagamento. Muitos ainda não sabem como funciona e como integrá-lo ao processo de checkout do e-commerce. Os lojistas que desejam oferecer essa forma de pagamento precisam atualizar seus sistemas e plataformas de e-commerce para integrá-lo.
Chargebacks
Embora o Pix seja uma opção de pagamento segura, ainda existe a possibilidade de chargebacks. Os lojistas precisam estar preparados para lidar com essa possibilidade e ter políticas claras para lidar com os pedidos de estorno.
Fraudes
Como qualquer outro meio de pagamento, o Pix apresenta riscos de fraude e roubo de dados. Os lojistas devem implementar medidas de segurança para proteger tanto seus sistemas quanto as informações dos consumidores. Ao implementá-las os lojistas podem reduzir significativamente os riscos de fraudes e proteger tanto a reputação quanto a confiança dos clientes em suas plataformas de e-commerce. Algumas medidas eficazes incluem monitoramento constante, verificação de identidade, educação do consumidor, parceria com instituições financeiras e atualizações de segurança.
O Pix está se tornando cada vez mais popular e conveniente como opção de pagamento no e-commerce brasileiro. Embora apresente desafios para os lojistas, suas inúmeras vantagens não podem ser ignoradas. Aqueles que conseguirem integrar o Pix de forma eficiente ao processo de checkout do e-commerce certamente vão-se destacar em um mercado cada vez mais competitivo e inovador.
Filipe Salles é executivo de contas no Grupo JBQ.Global.