O Indicador Serasa de Inadimplência Pessoa Jurídica apontou um ligeiro aumento de 2,7% na inadimplência das empresas em julho de 2006, quando comparada a junho deste ano, em todo o país. A alta foi verificada após o recuo de 10,4% na inadimplência das empresas na relação de junho de 2006 com maio deste ano. Quando comparada a julho de 2005, a inadimplência da pessoa jurídica registrou um aumento mais expressivo, de 10,3%. Segundo o indicador, nos primeiros sete meses de 2006 houve um acréscimo de 12,0% na inadimplência das empresas, em relação ao mesmo período de 2005.
Os títulos protestados tiveram a maior participação na inadimplência das empresas, em julho de 2006, com um peso de 40,5%, revelou o Indicador Serasa de Inadimplência Pessoa Jurídica. No entanto, essa participação vem caindo a cada ano. Em julho de 2005, o peso dos protestos era de 40,7%. O segundo índice na representatividade do indicador é o de cheques sem fundos, que em julho deste ano teve um peso de 40,0% na inadimplência das empresas e vem crescendo a cada ano. Em julho de 2005, a participação dos cheques sem fundos havia sido de 39,0%. As dívidas com os bancos registraram o menor peso na inadimplência das pessoas jurídicas, 19,5% em julho de 2006, ligeiramente inferior à participação de julho de 2005, que foi de 20,2%.
Nos primeiros sete meses de 2006, o valor médio das anotações de títulos protestados da pessoa jurídica atingiu R$ 1.384,93. Já o de cheques sem fundos, R$ 1.241,53 e o valor médio das dívidas registradas com os bancos foi de R$ 3.586,12. Em relação aos primeiros sete meses de 2005, houve um aumento de 3,1% no valor médio das dívidas com cheques sem fundos e de 10,1% no valor médio das dívidas com os bancos. No entanto, o valor médio dos títulos protestados, no acumulado de janeiro a julho de 2006, foi 2,3% menor que no mesmo período de 2005.
Argumentação – Segundo a avaliação dos técnicos da Serasa, o crescimento do indicador de inadimplência da pessoa jurídica na comparação entre 2006 e 2005 é conseqüência do aumento do crédito, dos juros elevados e da valorização do real, que resultou na queda da rentabilidade das empresas exportadoras, dificultando o cumprimento do fluxo de caixa. O aumento da inadimplência dos consumidores também prejudicou o desempenho das empresas, principalmente daquelas que concedem crédito sem metodologia adequada.
Os indicadores de inadimplência serão influenciados favoravelmente com a prática do cadastro positivo sobre o crédito. Essa nova metodologia possibilitará o estabelecimento de políticas mais adequadas aos diversos tomadores de crédito, o que significará maior segurança nessas transações e, portanto, redução de custos e ampliação de recursos e abrangência, tanto para pessoa física quanto para jurídica.