CEO da Fidi expõe de que forma inteligência artificial e humanização estão de mãos dadas para agilizar e melhor a experiência na área da saúde
A tecnologia jamais substituirá os profissionais da medicina nas jornadas de atendimento e tratamento dos pacientes. Porém, cada vez mais, ela se torna essencial para agilizar procedimentos, permitindo salvar vidas. É com esse posicionamento que a Fidi, Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem, criada há 38 anos por médicos professores do Departamento de Diagnóstico por Imagem da Escola Paulista de Medicina, atual DDI – Unifesp, veio servindo ao SUS nesse período e avançando também na oferta de full outsourcing na área para hospitais e clínicas do setor privado. Contando com recursos de inteligência artificial que permitem agilizar resultados de exames, o ecossistema envolve 600 médicos e mais de 2,2 mil colaboradores, atendendo 5 milhões de pacientes por ano e emitindo cerca de 14 mil laudos médicos diariamente. Detalhando as mudanças nas jornadas dos pacientes e a necessidade de uma transformação cultural no setor, Simone Vicente, CEO da Fidi, foi a convidada, hoje (06), da 866ª edição da Série Lives – Entrevista ClienteSA.
Abrindo a conversa respondendo sobre os impactos das mudanças globais na área da saúde, Simone confirmou que são bastante relevantes, destacando o aumento da longevidade do ser humano, proporcionado justamente por esse rol de inflexões, mas que por outro lado causa impactos no sistema de saúde tanto do setor público como do privado. Ela explicou que, avançando em idade, o paciente necessariamente irá precisar de mais exames, diagnósticos, acompanhamento médico, o que representa mais custos para os centros de tratamento e planos de saúde. Ou seja, surge o desafio de manter o padrão de qualidade no atendimento e nos cuidados com a saúde das pessoas, enquanto se busca refrear as despesas operacionais – que tendem a se elevar permanentemente. “Nesse cenário, o mercado de saúde sofre pressões de todos os tipos dentro dessa transformação da realidade, vindas de pacientes, fornecedores, médicos, etc.”
Dessa forma, na avaliação da executiva, enquanto o sistema público e as empresas privadas vão encontrando processos e tecnologia que consigam dar conta do aumento da procura, seria necessária, também, uma mudança cultural do brasileiro ao olhar para o atendimento na saúde. “Nos países mais avançados, já se consolidou o retorno ao médico da família, aquele que conhece com profundidade o histórico de seus pacientes e pode filtrar o que é ou não efetivamente necessário no acompanhamento. Isso evita custos em visitas a especialistas e exames muitas vezes desnecessários.”
Depois de detalhar como racionalizar tudo isso, incluindo automações humanizadas nas jornadas dos pacientes, Simone detalhou a atuação da Fidi, que realiza “full outsourcing” na área de diagnóstico por imagem, indo desde aspectos administrativos e burocráticos até engenharia clínica. A fundação nasceu como uma central para atender a demandas governamentais, chegando hoje a 80 unidades que prestam serviços nos setores público e privado.
Ao ser indagada sobre o uso de IA em tomografias computadorizadas à distância, Simone afirmou que já é possível, embora ainda esbarre em questões de regulamentação. Segundo explicou, quando se fala em inteligência artificial nos diagnósticos por imagem, é preciso saber que tudo acontece via softwares específicos para tipos de doenças ou necessidades. Em resumo, são algoritmos “treinados” para finalidades precisas. Em cima disso, ela descreveu um exemplo concreto que evidencia o quanto a combinação de programas com recursos de IA refina e acelera a análise do laudo pelo médico, principalmente em doenças de cunho mais crítico, proporcionando ganho de tempo que pode salvar vidas. “Ou seja, a tecnologia jamais conseguirá substituir o profissional da medicina, mas permite a obtenção de uma agilidade muito maior para a conquista de bons resultados.” Por isso, a executiva acredita na manutenção dos avanços regulatórios trazidos durante a pandemia, acrescentando o quanto a tecnologia tem ajudado no SUS, por exemplo, com o surgimento dos programas de atendimento às famílias por meio de telemedicina, crucial para tratamento de pacientes com várias comorbidades.
Houve tempo para a especialista aprofundar nas mudanças estruturais e culturais que a Fidi passou ao decidir atender o mercado privado, depois de décadas mais centrada no serviço público, bem como apontar as diferenças da atividade para cada tipo de cliente. Também esmiuçou os aspectos a serem aperfeiçoados na cultura do brasileiro para que a jornada de saúde seja bem-sucedida, pensando, inclusive, em uma atitude mais preventiva. Outros temas que ganharam destaque na live foi a relevância das healthtechs, a atuação da área de inovação da fundação e as pesquisas realizadas junto aos de pacientes.
O vídeo, na íntegra, está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 865 lives realizadas desde março de 2020, em um acervo que já passa de 2,7 mil vídeos sobre cultura cliente. Aproveite para também se inscrever. A Série Lives – Entrevista ClienteSA terá sequência amanhã (07), trazendo Rafael Machado e José Eduardo Machado, respectivamente, o CEO e cofundador e o CFO e cofundador do Meu Imóvel, que abordarão a inteligência e dados para atender às expectativas; e, encerrando a semana, o Sextou debaterá o tema “IA: Como anda a expectativa dos clientes com os bots?”, reunindo Anna Vidal, diretora de CX do iFood, Giuliano Generali, superintendente executivo de canais digitais e CX no Grupo Bradesco Seguros, Ricardo Miras, diretor de CX da Vivo, e Marcos Davidiuk, head of Digital Labs da ddCom System.