Pesquisa da HSR mostra como jovens se informam e se divertem, dispensando o uso da TV
Esqueça a imagem do jovem assistindo dancinha no TikTok o dia todo. A rede, que ficou conhecida por este tipo de conteúdo, até agrada, mas não é a que mais atrai a geração Z. O estudo “Movimentos Geracionais”, da HSR – Specialist Researchers, que ouviu 1.000 pessoas das classes A, B e C nas principais capitais brasileiras, revela que o Instagram é a rede social preferida de quem tem entre 18 e 25 anos, com 62% das citações. O TikTok aparece empatado com o Twitter, com 19% da predileção desta faixa etária.
O WhatsApp, que reina em todas as faixas etárias – 98% dos jovens usam o aplicativo, instalado também por 95% das pessoas entre 26 e 40 anos, 94% de quem tem entre 41 e 60 anos e por 88% dos acima de 61 anos – é visto como útil, mas não é prestigiado da mesma forma entre as diferentes gerações. Ele é citado como o predileto de 77% das pessoas entre 41 e 60 anos, mas cai para 60% entre os jovens.
Facebook em declínio
De acordo com Karina Milaré, diretora da Reds, da HSR, a sondagem, que teve como foco identificar os principais valores e formas de consumo da Geração Z e ajudar empresas a entenderem melhor os seus negócios, também indicou o que muitos já desconfiavam: o Facebook caiu no ostracismo entre os mais novos e só foi mencionado por 12% da Geração Z. Em compensação, entre os Baby Boomers (acima de 61 anos), a rede tem 49% da preferência.
A pesquisa da HSR também explorou hábitos culturais e a maneira como as gerações se informam. As pessoas com idade entre 18 a 25 anos são as que menos se entretêm pelo aparelho de TV (72%) e junto com a geração posterior, é a que mais utiliza computador e/ou celular para assistir programas de seus interesses (53%). “E isso tem impacto na forma como essa geração se mantém informada, priorizando os sites e principalmente os perfis dos jornais em redes sociais (21%) em detrimento dos telejornais (4%). Vemos que os perfis nas redes sociais de diferentes canais de notícias têm percebido essa preferência dos jovens, adaptando sua linguagem, seus apresentadores e produzindo conteúdo exclusivamente para o digital”, analisou Karina.
Uma surpresa da pesquisa foi a revelação do que, ao contrário do que muitos pensam, os jovens gostam de frequentar livrarias físicas, mais do que navegar em ambientes virtuais em busca de obras de seu interesse. Os estabelecimentos reais, em ruas ou shoppings, atraem 59% dos integrantes da Geração Z, enquanto 36% preferem os virtuais. Nesta geração, 5% declararam não frequentar livrarias de nenhum tipo, o que só acontece com 1% das pessoas entre 26 e 40 anos.
Uma propaganda antiga diz que o cinema é a melhor diversão — e, a julgar pela pesquisa, parece que o telão é o melhor programa mesmo. Ele foi o mais citado entre todas as gerações quando os entrevistados foram indagados sobre os programas culturais que mais gostam. Os jovens apontaram em segundo lugar shows de música (56%) e mostraram-se interessados também em museus (31%). O que menos frequentam é o teatro (22%), que tem a preferência de quase metade dos mais velhos (48%).