Levantamento do BTG Pactual que os da classe AB estão cada vez mais engajados com finanças pessoais e 81% consomem conteúdo sobre economia e investimentos
Considerados os primeiros nativos digitais, a geração Z, jovens entre 18 a 26 anos, começa a se preocupar mais cedo com as finanças em comparação com os millennials. Dentre eles, 84% pensam constantemente sobre a vida financeira e 68% concordam que o dinheiro traz felicidade. Ao mesmo tempo, 67% se dizem aflitos com isso devido à instabilidade econômica do país. É o que revela um estudo conduzido pelo BTG Pactual por meio da plataforma de consumer insights da MindMiners. A pesquisa ouviu 750 jovens da geração Z, da classe AB, em todo o país, por meio do painel de respondentes proprietário também da MindMiners, o MeSeems.
Essa preocupação se reflete nas escolhas da carteira de investimentos da geração Z, que demonstra preferência por aplicações de perfil moderado. Os principais investimentos escolhidos são renda fixa (48%), poupança (47%), ações (37%), fundos (36%) e criptoativos (35%). Diferentemente das gerações anteriores, a Z entra na idade adulta com muito mais instrumentos financeiros à sua disposição e uma infinidade de canais disponíveis para acesso à informação. Eles procuram aprender e se informar on-line, utilizando principalmente os influenciadores para isso. Segundo o levantamento, 81% se mostram interessados e dizem consumir conteúdos sobre o assunto constantemente. Quando se trata de canais de comunicação, Youtube (55%), Instagram (35%) e cursos (34%) são os principais.
Começando cada vez mais cedo
Outra diferença em relação às gerações está na idade em que as finanças começam a se tornar uma preocupação: enquanto a idade média desses jovens para começar a poupar/investir é de 22 anos, a dos Millennials (1981-1996) foi com 27. Para o Gen Z, poupar é uma forma de se planejar para o futuro e tentar garantir uma emancipação financeira mais rápida. Dentre os principais objetivos de investimento, estão: alcançar independência financeira (49%), criar reserva de emergência para imprevistos (48%), alcançar um objetivo a longo prazo, como carro, casa etc (47%) e alcançar um objetivo a curto prazo, como viagens, compras, lazer e outros (42%).
Segundo o estudo, com a geração Z construindo seu patrimônio e investindo cada vez mais cedo, também há uma movimentação no cenário para os bancos. Atualmente, 48% possuem conta em banco tradicional e digital, 37% apenas digital e 15% apenas tradicional. Enquanto 56% usam bancos diferentes para serviços de banking e investimentos, 44% usam o mesmo para tudo. Para os jovens, a usabilidade do app, conta que rende CDB, atendimento das necessidades e praticidade são pontos que chamam a atenção quando se trata de bancos digitais. Por outro lado, a percepção de segurança e solidez dos tradicionais também são atrativos.
Segundo eles, os principais motivadores ao criar uma conta bancária são benefícios e programas de fidelidade (35%), plataforma em que recebe o salário (30%), atendimento 24h (29%) e identificação com a marca (25%). “A geração Z está cada vez mais consciente e engajada em relação às finanças pessoais. Eles crescem em um ambiente dinâmico e trazem mudanças que atraem a atenção do mercado: são estratégicos e valorizam a diversificação. Isso reflete no crescimento da participação deles no mercado financeiro e influencia o desenvolvimento de produtos mais personalizados por parte das instituições financeiras. Esses jovens investem não apenas em seu futuro, mas também em um mercado mais ágil e adaptado às suas necessidades”, analisou Marcelo Flora, sócio e responsável pelas plataformas digitais do BTG Pactual.