Metade dos Brasileiros não é a favor da reabertura

A Hibou realizou estudo para levantar a visão dos brasileiros sobre o momento de pandemia e o futuro do país em meio às decisões dos governos estaduais e federal. Foram entrevistadas mais de 6 mil pessoas em todo o país, entre os dias 23 e 25 de junho de 2020. Sobre a quarentena, 79% dos brasileiros afirmam que foram a favor do fechamento de comércio e serviços quando a pandemia chegou ao país. Hoje, 49,5% da população gostaria que as portas continuassem fechadas, enquanto 26,1% são favoráveis a abertura sem que isso tenha uma relação direta com seu trabalho ou consumo: o querem apenas “pelo bem da economia e direito de ir e vir”.

A pesquisa questionou que ações o entrevistado faria se fosse governador de seu Estado. Testes gratuitos (80,2%), EPI para profissionais (79,0%) e uso obrigatório de máscaras (77,9%) encabeçam a lista, seguido da proibição de eventos, shows e cinema (74,1%), apoio ao pequeno empresário (73,5%) e isenção de pagamento de água e luz aos mais necessitados (67,7%). Ao todo, 33 medidas foram analisadas e as menos populares foram o rodízio diferenciado (21,7%), fechamento dos serviços (20,9%) e antecipação dos feriados (10,3%), estes últimos também com alta taxa de rejeição (31,6%, 25,4% e 44,3% respectivamente).

Quando questionados se eles manteriam todas as medidas no momento atual, foi possível notar quedas entre 1% a 8,8% – a maior sendo sobre auxílio salário para as empresas, de 47,4% a 38,6% – mostrando que o brasileiro espera menos ações e austeridades agora que no início das ações de controle, ainda que acredite que o pior da pandemia ainda está por vir: apenas 15,3% acredita que o pico da doença já ficou no passado, 40,7% considera hoje como o pior momento e 44,0% espera enfrentá-lo nas próximas semanas.

Mesmo em relação às ações tomadas pelos governos e que foram bem aceitas pelos brasileiros, a pesquisa mostra que houve queda na preocupação com tais medidas. Por exemplo, no início da quarentena, 62,1% dos brasileiros eram a favor da suspensão das aulas. Hoje, apenas 56,2% manteriam a medida. Antes, a proibição de jogos de futebol era apoiada por 61,8%, hoje por apenas 56,6%. No início, 41,1% concordava com fechamento de aeroportos, e hoje somente 32,7% dos brasileiros manteriam a decisão.

Recuperação da economia
Sobre a recuperação econômica, pouco mais da metade (51,4%) acredita que o país deva levar entre 1 e 3 anos para se recobrar do impacto econômico, enquanto para 31,2% essa recuperação deve levar até 10 anos. 9,7% são mais otimistas, acreditando que um ano seja o suficiente para a retomada, enquanto 7,8% não contam com isso pelos próximos dez anos.

Visão sobre os governadores
Em média, 54% dos brasileiros apoia seus governantes estaduais, e 51% acredita que eles têm tomado as medidas necessárias para proteger a população. Alguns Estados se destacam como Bahia com 76% de apoio a seu governador e RJ com apenas 20%. Em SP, 55% dos paulistanos dizem apoiar o governador do Estado, onde 62% concordam que ele está tomando as medidas necessárias durante a pandemia.

Brasil
60,4% da população brasileira acredita que todos os países estão sofrendo impactos parecidos na economia, enquanto 38,3% acredita que o Brasil está sofrendo mais que outros países. Para 1,3%, o Brasil sente menos impacto. A pesquisa apresentou também aos entrevistados o case da Islândia, país que conseguiu controlar a contaminação do vírus rastreando contato de pessoas infectadas. O modelo dividiu os brasileiros, onde 49% acredita que o Brasil seria capaz de fazer o mesmo, e 51% acredita que não.

Em seguida, foi apresentado que o Brasil possui quase 10 vezes mais agentes comunitários de saúde que o que seria necessário para executar o mesmo processo, e questionou os entrevistados quais motivos tal solução não seria viável no país, e os principais foram: 69,0% dos respondentes acredita que a população não respeita e nem ajuda as iniciativas do governo; 66,9% porque a maioria dos governantes não toma atitudes eficientes; 47,7% enxergam que a desigualdade no país impede trabalhos desse tipo; 33,6% acredita que boa parte dos agentes públicos são funcionários fantasmas.

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